‘Depois do transplante passei a encarar a vida de outra forma’, diz Manoel Bomtempo

‘Depois do transplante passei a encarar a vida de outra forma’, diz Manoel Bomtempo

Conversamos com Manoel Bomtempo, que nasceu em Mirandópolis no dia 6 de novembro de 1945. Com três filhos, Bruno, Tiago e Estevam, Manoel que superou um transplante de fígado teve atuação importante como procurador jurídico da prefeitura e também como vereador. Confira na sequência a entrevista completa.

Como foi sua infância?

Nós éramos em sete filhos e hoje quatro já são falecidos, restaram eu, Angelina e Eliane. Eu sempre digo que não nasci em berço esplêndido. Meu pai a princípio era carroceiro quando veio para Mirandópolis, em 1940, posteriormente ele tinha caminhão de aluguel e depois foi taxista, então nós sempre fomos uma família humilde, mas meu pai me deixou um grande legado nessa vida, me ensinou que com o trabalho, dedicação e honestidade você vai longe e consegue tudo aquilo que você quer. Com oito anos passei a trabalhar, ia para escola cedo e na parte da tarde trabalhava na farmácia, primeiro na Nossa Senhora Aparecida e depois na do Silvino Espírito Santo. Foram 10 anos trabalhando nas farmácias. Na escola lembro das aulas da Dona Noêmia Dias Perotti, Dalva Colaferro, José Otavio Zanin e Walter Victor Sperandio.

Qual sua graduação?

Fiz três faculdades, primeiro Direito em Bauru, depois Estudos Sociais em Ribeirão Preto e também Matérias Técnicas. Logo que eu sai da farmácia fui trabalhar na Nestle, trabalhei por seis meses e saiu a minha nomeação a princípio para escriturário no Noêmia. Fui para lá ser escriturário e cheguei a secretaria. Aí comecei a fazer o curso de Direito e como eu trabalhava em regime de dedicação exclusiva fui obrigado a pedir exoneração porque eles me indeferiram. Com isso eu larguei o serviço público no momento e resolvi partir para a advocacia. Aí eu fui para Bauru e morei lá por dois anos no quarto e quinto ano, comecei a trabalhar como advogado e em razão de um acontecimento na minha vida, que foi eu ser locutor de rádio, por sinal fui uma das primeiras vozes da rádio clube de Mirandópolis. Depois que terminei a faculdade vim trabalhar com o Cláudio Luis Quinaria. Uma coisa bem interessante é que nessa época a cidade tinha praticamente três escritórios de advocacia, Dr. Antônio, Dr. Neif e do Dr. Luis Quinaria.

Qual sua ligação com a política?

Eu já me candidatei a vereador e fui eleito, cheguei a ser vice-presidente da câmara. Posteriormente fui candidato a vice-prefeito com o Sunada, foi quando perdemos a eleição por aproximadamente 300 votos para o Oswaldo Mendes. Também fui presidente do MDB por 20 anos em Mirandópolis e nesse tempo ganhamos diversas eleições, perdemos algumas outras. Em razão disso, teve uma época que o prefeito eleito foi do PMDB e eu fui trabalhar como procurador da prefeitura, isso em 1982, sendo que em razão da constituição de 1988 eu me tornei estável no serviço público, com isso eu passei por diversos prefeitos e continuei na prefeitura até me aposentar em 1998 por tempo de serviço. Mas continuei trabalhando na prefeitura em cargo de comissão como procurador até 2010, quando eu fiquei doente, fiz o transplante de fígado e me aposentei novamente por outro instituto. Mas muita gente lembra em razão de eu ser locutor, porque eu era apresentador dos candidatos nos comícios (risos).

Você superou uma grave doença?

A partir do momento em que fiz o transplante passei a encarar a vida com uma outra realidade, porque eu morri e ressuscitei. Hoje quando eu vou para Rio Preto, porque eu fiz o transplante lá, os médicos falam “chegou o lutador pela vida”, porque eu consegui ressuscitar. Já faz 12 anos desde que eu fiz o transplante e eu estou bem sem problema nenhum, só tomo o remédio para a rejeição, mas estou bem mesmo. Cada dia que vivo eu agradeço a Deus por viver.

Como define sua ligação com Mirandópolis?

Durante 10 anos fui presidente da OAB de Mirandópolis, assim como também fui um dos pioneiros em relação a Associação Comercial. Estou com 76 anos, acompanhei grande parte da história de Mirandópolis. Tem outras passagens de coisas que consegui fazer por Mirandópolis. Aproveitando que eu era procurador da prefeitura, a regularização daquela área do Clube Atlético de Mirandópolis foi na minha época. Tive também grande participação na regularização do Clube dos Servidores Municipais, porque eu era servidor daquela área e regularizei a área dos servidores municipais. Sou Maçom, fui por muitos anos atuante. Também sempre fui muito atuante na parte social, inclusive cheguei até a ser parte integrante da diretoria da Casa da Criança. Guardo com boas lembranças as atividades que tive como procurador da prefeitura, meu escritório particular, escola de datilografia, imobiliária e também trabalhando como professor.


                       
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