‘Além do tratamento, o exercício físico e a força mental foram fundamentais para superar a doença’, conta Monica Ainhagne

‘Além do tratamento, o exercício físico e a força mental foram fundamentais para superar a doença’, conta Monica Ainhagne

Conversamos com Monica Ainhagne, de 42 anos, que nasceu em Guaraçaí. Chegou em Mirandópolis em 1987, cidade onde passou sua infância jogando vôlei e nadando. Depois que graduou em educação física, empreendeu abrindo uma academia, local que trabalha até hoje. Apesar de muita luta nos negócios, sua maior vitória foi recentemente ao receber alta do tratamento de câncer. Confira na sequência a entrevista completa.

Como foi sua infância e juventude?

Eu sou de Guaraçaí, nós mudamos para Mirandópolis em 1987. Cresci com meus pais, que sempre trabalharam em comércio, e uma irmã. Eu estudei no Noêmia, fiz toda a parte da escolaridade em escola pública e depois fiz educação física em Andradina.

Quando pensou em ser educadora física?

A paixão surgiu com o voleibol. Comecei a treinar no time da cidade e desde então me apaixonei pelo esporte. Fiz um pouquinho de natação, sempre adorei essa vida de treinamento, de competição, de viajar e das amizades. Quando fui fazer educação física, foi muito engraçado, iniciei querendo me transformar na melhor técnica de voleibol da região, mas no meio do curso mudei de ideia, queria trabalhar com água, daí mais pro final do curso me apaixonei pela musculação, tanto que trabalho com isso até hoje. Comecei na rua Nove de Julho, nº 1972, onde hoje é a academia masculina, depois mudamos a feminina aqui para a rua Rui Barbosa, nº 603. O nosso foco é o treinamento de força, é a musculação, sendo que atendemos todas as idades.

Você também é professora?

Leciono na faculdade, é uma coisa que eu amo demais, desde 2004. Então são 18 anos, algo que sinceramente me realiza. Porque aqui muitas vezes preciso exercer meu lado de proprietária, de gestão, e a questão de dar aula é o prazer de estar com o aluno. Realmente é uma paixão.

Você superou um câncer?

Acho importante tocar no assunto para ser um alerta para todas as mulheres. Eu descobri tomando banho, no toque percebi um caroço. Eu sempre digo, não espere, já procure um médico o quanto antes. Fiz uma bateria de exames, mas realmente descobri no dia 24 de junho de 2021, um feriado aqui, daí fui até o laboratório em Andradina e aí, infelizmente, quando cheguei na minha casa, abri o resultado e estava lá “carcinoma ductal invasivo grau 3”. Eu não acreditava. Estava em estágio inicial, quando descobri era um nódulo de dois centímetros, estava controlado, por isso a importância de fazer exames com regularidade. Descobri em junho, fiz uma bateria de exames e em agosto já fiz a cirurgia. Foi preciso fazer 12 sessões de quimioterapia, um momento muito difícil porque tem a queda do cabelo. Na verdade, tomei a decisão de raspar a cabeça. Eu sei que parece uma futilidade, mas não é, é a sua imagem, como você se vê (emocionada). Por um tempo eu me olhava no espelho eu não me reconhecia, perdi a minha identidade. Hoje eu estou com um cabelinho, mas ainda não é a Monica, mas logo será.

Recebeu alta?

Depois que fiz as 12 sessões, voltei ao médico e ele me disse que precisava fazer radioterapia. Não deu certo de fazer em Araçatuba, com isso fiquei dois meses em São José do Rio Preto. Meu último dia de tratamento foi no dia 22 de junho, podemos dizer um ano depois. Daí fiz novamente uma bateria de exames, passei pelo oncologista e foi quando ele finalmente falou, “Monica, acabou, vida nova, normal”.

Momento em que recebeu a alta

Sempre teve muita fé?

A gente se pergunta o “por quê”, mas nunca questionei a Deus, sempre questionava a mim. O câncer tem um aspecto muito difícil fisicamente, mas reforço a importância de vencer na cabeça, com um psicológico forte. Você tem que acreditar que existe a cura, que é possível. O meu primeiro médico, que foi o meu cirurgião, o Dr. Paulo em Araçatuba, ele foi uma pessoa abençoada na minha vida, pois justamente tirou essa culpa de dentro da minha cabeça.

Quer deixar uma mensagem?

O que eu mais aprendi é valorizar o tempo, porque é uma coisa que a gente não recupera. Sempre foquei a minha vida no trabalho, porque é uma coisa que eu amo, mas a gente tem que ter o tempo para a família e lazer. Além disso, quero dizer sobre a importância do exercício físico. Independente da doença, idade ou sexo, o exercício físico é o melhor remédio para o que quer que seja. O exercício físico não só te ajuda em condicionamento físico, em estética, ele traz um bem-estar psicológico de qualidade de vida. Seja musculação, caminhada, hidroginástica, se é aqui ou em outro lugar, faça exercício físico, é uma coisa fundamental para qualidade de vida.


                       
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