O projeto que auxilia na boa formação de crianças e jovens: conheça o grupo de escoteiros Mirandus Árbues
Em mais uma edição com as entidades beneficentes, filantrópicas ou ONGs que prestam serviços no município de Mirandópolis, a reportagem do jornal conversou com a atual diretora e presidente do Grupo Escoteiro Mirandus Árbues Selene Lipe e o diretor de projetos João Batista de Araújo.
O escotismo é um movimento educacional de caráter extraescolar, aplicado por adultos voluntários que atuam em todos os segmentos da sociedade, levando crianças e jovens a uma convivência saudável e fraternal. Os integrantes aprendem e tomam gosto por se envolverem com a comunidade, se transformando em verdadeiros líderes.
O escotismo foi fundado em 1907 pelo tenente-general do Exército Britânico Robert Stephenson Smyth Baden-Powell. É um movimento juvenil mundial, educacional, voluntariado, apartidário e sem fins lucrativos. Confira na entrevista como os trabalhos são desenvolvidos na Cidade Labor e seus impactos na formação de bons cidadãos.
Quais atividades são desenvolvidas?
São baseadas dentro do método educativo dos Escoteiros. Damos continuidade ao que o fundador aplicou para a vida toda. O escotismo entra praticamente em todas as áreas. Não precisa de uma religião específica, mas precisa ter uma crença em Deus. Trabalhamos na área social, filantrópica, na vida afetiva e emocional e na área educacional, como educação extraescolar, voltado para a família, para a formação de cidadãos. Esses são alguns dos nossos pilares. Não adianta um escoteiro ser bom na escola e péssimo em casa. Ele precisa ser bom no sentido geral, para com Deus, para com a pátria, estar em conformidade com seus direitos e deveres. O nosso próximo não inclui apenas pessoas, mas também os animais e o patrimônio público. Eu, como pessoa amante do escotismo, vejo como uma escola da vida.
E como funciona na prática?
Todas as atividades são feitas aos sábados, das 15h às 18h, e temos oficinas durante a semana. Nesta oficina, a criança desenvolve se ela quiser. Ela pode aprender uma nova língua, por exemplo. Vamos disponibilizar este ano a opção de aprendizado em espanhol, inglês e japonês. Temos também atividades de arco e flecha, pintura, artesanato, entre outras. Dentro do escotismo nós vamos valorizar o dom da criança e aproveitar isso ao máximo. Os escotistas podem desenvolver atividades voltadas ao ar, ao mar e à terra. Cada grupo tem sua finalidade e nós vamos seguindo do básico até o avançado.
Como surgiu o projeto?
Meu sonho era ser escotista desde pequena. Mas na época não existia escotismo para mulher. Eu fazia parte do Movimento Bandeirante e acompanhava os trabalhos dos escoteiros. Quando surgiu o escotismo para a mulher eu estava casada. Entrei novamente como mãe voluntária e coloquei meus filhos, isso na cidade de Assis. Quando vim para Mirandópolis, não havia o projeto. Também não tinha em Andradina, nem Valparaíso… Mas como eu não tinha chefes capacitados — porque deveria ter no mínimo quatro chefes para o escoteiro — eu fui atrás da capacitação. Foram seis anos de luta. Quando consegui montar a turma, bati de frente com muitas portas fechadas. Daí começamos a desenvolver em ruas, em praças… Conseguimos um espaço inicial em uma igreja evangélica, mas depois começamos a desenvolver as atividades no Bosque Municipal. E, agora, estamos estruturando um novo local, que fica atrás da arquibancada do estádio municipal. O diretor de Esportes está sendo muito importante para nós. Estamos atrás de patrocinadores para inaugurar o quanto antes.
O projeto recebe alguma verba pública?
Não, nenhuma. Contamos com a ajuda dos pais e patrocinadores.
Existe algum evento programado para este ano?
Temos um calendário anual, mas ele ainda não foi divulgado e é sujeito a mudança. No mês de março, comemoramos o Dia Mundial da Água e fazemos o trabalho de revitalização das nascentes. Tem outro evento que é mundial e pouca gente sabe que participamos é o Dia Mundial da Limpeza (World Cleanup Day). Já são seis anos que colocamos o nome da cidade em uma competição mundial, ocupando os primeiros lugares. Ano passado, ficamos em sexto lugar. Participam cerca de 180 países. Nossas crianças ficam o mês inteiro incentivando as pessoas a repensar no consumo, plantio e cuidados com o planeta. Estamos também trabalhando com um projeto de plantação em horta e depois em um trabalho de gastronomia através de uma cozinha industrial.
Quais são os maiores desafios?
Por mais que divulgamos o nosso trabalho por meio de rádio, jornal, comércio e praças, muita gente ainda não tem conhecimento da importância do escotismo na cidade. Me parece que a cultura da cidade ainda não está pronta para enxergar o quanto é importante. Já tiramos as crianças das ruas e acompanhamos suas progressões nas escolas… Nós entramos em um espaço muito grande, muito extenso na vida da criança, tem toda uma oficina lúdica e até assessoria de psicólogos. No entanto, o povo ainda não tem o conhecimento e acaba não apoiando. Nós precisamos de materiais que são importantes para as crianças. Se nós conseguirmos alcançar um número maior de crianças, consequentemente estamos alcançando a sociedade como um todo.
Como fazer parte do projeto?
Crianças a partir dos seis anos. Quem se interessar, pode nos procurar pelo Facebook ou comparecer no estádio aos sábados, das 15h às 18h. Em dois sábados nós deixamos a criança participar para conhecer como funciona o projeto. Se ela gostar, realiza a inscrição. Nós não ficamos apenas na sede, nós andamos por cachoeiras, grutas… Por isso, um meio interessante é enviar uma mensagem em nosso Facebook. Lembrando que nós precisamos prestar informações para uma associação nacional e internacional sobre nossas ações.
SERVIÇO
- Nome: Grupo Escoteiro Mirandus Árbues
- Fundação: 06/03/2018
- Presidente atual: Selene Rosangela de Fátima Leite Lipe
- Atendimento: 55 crianças e jovens
- Voluntários: 15 chefes com formação escoteira
- Endereço: fundos com a arquibancada do estádio municipal
- Rede Social: www.facebook.com/gemirandusarbues/
- Como doar – PIX: 18 99140 1218 (celular)