‘Sinto muito orgulho de ter sido professora, tenho até hoje o carinho das pessoas nas ruas’, recorda Aurea Cozin

‘Sinto muito orgulho de ter sido professora, tenho até hoje o carinho das pessoas nas ruas’, recorda Aurea Cozin

Conversamos com Aurea Teresa Orcioli Cozin, que nasceu em Lavinia, em janeiro de 1947. Casou em 1971 com Marcondes José Cozin, tiveram três filhos (Emerson, Cristiano (In Memoriam) e Milena) e têm três netos. Sua trajetória profissional foi na sala de aula, como professora trabalhou na Aliança, Amandaba, Fazenda São Joaquim, Pé de Galinha e Dr. Edgar. Aposentou em 1996, mas até hoje os ex-alunos carinhosamente a chamam de professora quando encontra pelas ruas de Mirandópolis. Confira na sequência a entrevista completa.

Onde nasceu e cresceu?

Nasci em Lavínia, em 1947. Meu pai (Mario Orcioli) era vaqueiro, saia naquelas comitivas e ficava alongado um mês até voltar. Eles pegavam as mulas, enchiam de comida e saiam Brasil afora levando gado para venda ou abate. E a minha mãe (Joana Dourado) sempre foi do lar. Tive sete irmãos, sendo que a minha mãe sempre foi muito conselheira e amiga da gente orientando para o melhor caminho. Comecei a estudar em Lavínia, sendo que em 1966 mudamos para Mirandópolis porque repeti o que se chama hoje de terceiro colegial (risos). No Noêmia fiz o ginasial e magistério, até iniciei o clássico, mas como ajudava minha mãe em casa ficou pesado, então terminei só o magistério, em 1969.

Quando começou a trabalhar?

Em 1971, na escola Tomica Abe na Segunda Aliança. Começar a dar aula foi muito difícil, não era fácil entrar na sala de aula, tinha aquele medo normal de quem estava iniciando na profissão. Mas eu tinha uma diretora excelente, que era a Dona Mercedes, que sempre nos acalmou e mostrou o melhor caminho. Em 1973 vim trabalhar no Amandaba, na escola Itelvina Ferreira, onde fiquei até 1980. Depois fui para Itaquaquecetuba, onde fiquei até dezembro. Como tiveram umas mudanças voltei para Mirandópolis e fui designada para dar aula na fazenda São Joaquim. Depois teve remoção e fui dar aula no ‘Pé de Galinha’, fiquei lá por alguns anos até que fecharam as escolas rurais. Com isso vim trabalhar no Dr. Edgar, onde fiquei até aposentar, em 1996.

Qual o sentimento de ver um cidadão formado?

Toda vez que saio na rua algum ex-aluno me cumprimenta chamando de professora. É uma alegria muito grande! O engraçado é que um dia me ligaram no telefone fixo de casa, era um aluno do tempo que dei aula em Itaquaquecetuba, se formou em engenheiro e quis me ligar para contar. Ou seja, as vezes ficamos um ano na vida da pessoa, mas é algo tão marcante que os alunos não esquecem nunca mais.

Você é atuante na igreja?

Muito atuante! Fizemos o curso de casais, e com isso começamos a trabalhar no grupo da igreja. Ministrei o grupo de jovens, depois por um bom tempo fiquei ajudando na cozinha. Também sempre gostei de auxiliar nas missas, assim como fiz um trabalho na pastoral da saúde por muitos anos. Até hoje eu frequento, tento ajudar de alguma forma. Mas eu sempre incentivo os mais jovens a participar, que tem mais “cabeça” do que a gente.

O Marcondes teve um problema de saúde?

O Marcondes teve um AVC há cerca de três anos. Na época ele estava bem, não tinha nenhum sinal de problema de saúde. Em uma bela manhã ele acordou antes que eu, daí quando levantei escutei ele me chamando no banheiro. Liguei para o meu filho e depois para a ambulância. Fomos atendidos no hospital e com isso ficou cinco dias internado. No começo foi muito difícil, afetou bem a questão da fala e movimentos, mas com a fisioterapia e fonoaudióloga melhorou muito, graças a Deus.

Quais as lembranças mais antigas de Mirandópolis?

Meu pai me levava nos bailes do clube, isso no final dos anos 1960, mas era só uma vez por mês. A minha mãe que fazia os vestidos das filhas. Era algo saudável, as famílias iam para dançar e curtir. Depois lembro dos carnavais e do cinema. Lembro das noites nas praças com as amigas, Vanda de Sillos, Gersi, entre outras. Em Lavínia também tenho boas lembranças, das tardes de domingo no meu avô.


                       
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