Com mais de 15 mil plantas de 300 cores, família transforma cultivo da rosa do deserto em fonte de renda em Mirandópolis

Com mais de 15 mil plantas de 300 cores, família transforma cultivo da rosa do deserto em fonte de renda em Mirandópolis

Foto: Divulgação

A paixão pelas flores transformou o que seria um hobby em fonte de renda para uma família de Mirandópolis. Eduardo Henrique Miranda, sua esposa Daniela Shweter Caetano Miranda e as filhas Eduarda, Yasmim e Maria, produzem mudas de rosa do deserto no quintal de casa, uma chácara que possui cerca de 3 mil metros quadrados, sendo que metade do espaço é dedicado para o cultivo da planta em diversas estufas. 

A empresa ED Rosas, localizada às margens da vicinal Taichi Hattori, sentido Amandaba, conta com mais de 15 mil plantas de 300 cores e formatos diferentes. 

Em entrevista ao jornal, Eduardo e Daniela contaram suas experiências em trabalhar no ramo da planta típica do clima desértico, nativa do norte da África. 

Onde nasceram? 

Somos de Guaraçaí e viemos para Mirandópolis há cerca de 10 anos. Compramos essa chácara. Ele gostava muito de orquídea. E criamos o primeiro orquidário, mas por hobby. Daí, começamos a buscar sementes da rosa do deserto que vinham da Tailândia. Na época, era mais fácil de se importar na China e Tailândia. Começamos a aprender como funcionava o processo. Como a orquídea floresce apenas uma vez ao ano, nós partimos para a rosa do deserto, com ajuda de um primo nosso, que também vende na cidade de Três Lagoas/MS. Nossas primeiras sementes foram todas da Tailândia. 

E como surgiu essa paixão do senhor? 

Eu sempre gostei de planta. E orquídea é uma planta diferenciada. Começamos a cultivá-la durantes uns três anos para aprender mesmo. Depois começou a surgir interesse na rosa do deserto. E é um cultivo que precisa de enxerto, escolhe a cor desejada, existe uma manutenção, e isso foi despertando interesse. A gente foi “apanhando” para se adequar porque era uma planta nova para nosso clima brasileiro. A gente plantava dez e perdia nove (risos). Até que teve um ano que acabei desanimando. Cheguei a trabalhar para fora, mas depois retomei com o cultivo. Fomos trabalhando e construindo as estufas. Há três anos temos trabalhado de forma comercial. Nós vendemos de atacado e também a varejo. 

Vocês atendem toda a região? 

Sim, temos clientes em Mirandópolis, Andradina, Valparaíso, Três Lagoas/MS e Maringá/PR.

Chácara está localizada às margens da vicinal Taichi Hattori, sentido Amandaba. Foto: Divulgação

O clima da região contribui para o cultivo? 

É um clima propício porque é uma planta que gosta de calor e tempo seco. Em época de muita chuva, ela sente um pouco. Mas isso não significa que irá perder a planta. Ela amarela, caem as folhas, mas quando seca ela reage de forma rápida. Em época de seca, com seis meses ela já fica pronta. Quando passa pelo inverno ocorre um atraso de dois meses. 

Atualmente, vocês trabalham com quantas mudas?  

Trabalhamos com cerca de 15 mil plantas, entre mudas e até as mais velhas, com aproximadamente 300 cores e formatos diferentes. Algumas acabam ficando desatualizadas e deixamos de produzir, mas nós vamos dando atenção para as mais novas, com cores novas, que devem ser lançadas agora em janeiro. 

Como é o trabalho em família? 

Para nós é maravilhoso. Somos nós que tocamos o empreendimento. Nossas filhas, Eduarda e Yasmim, também nos ajudam com a polinização. É muito raro a planta se polinizar sozinha. No Brasil, cobra-se um absurdo pela semente, por isso nós mesmo fazemos a polinização. E hoje não se importa mais. 

Quais os valores das plantas? 

O carro-chefe nosso, que é a mudinha de oito meses, varia de R$ 50 a R$ 70. Mas temos mudas mais novas, mais velhas, com duas cores, tudo vai depender. Mas o preço vai de R$ 20 a R$ 200. 

Qual a sensação de ver que o negócio está crescendo?

É um orgulho muito grande. Estamos andando com nossas próprias pernas. Estamos sobrevivendo bem e muito contentes. Trabalhamos dentro da nossa casa. E estamos na luta. Importante destacar a ajuda que tivemos do Marcílio e da Carla, nossos parentes, de Campo Grande/MS. Eles ajudaram na época a fazer todo o investimento das estufas com os materiais. Somos muito gratos. 

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