Tatuagem ganha adeptos e identifica estilo de vida

Tatuagem ganha adeptos e identifica estilo de vida

Foto: Imagem de prostooleh no Freepik

Você já sentiu vontade de fazer uma tatuagem? Os desenhos no corpo atraem muita atenção e olhares, e podem ser de admiração. Entretanto, sabemos que muita gente ainda tem preconceito e rejeição por tatuagens.

O que não podemos negar é que nos últimos anos a arte no corpo tem ganhado destaque, sendo que a profissão de tatuador também ganhou espaço no mercado de trabalho. Segundo a Associação dos Tatuadores e Perfuradores do Brasil, o país é o terceiro no planeta que mais faz tatuagens, ficando atrás dos Estados Unidos e da Holanda. A atividade chega a crescer 20% ao ano.

Os profissionais do setor ganharam espaço atualmente e estão assegurados pelo Projeto de Lei 2104/2007, que trata da regulamentação da atividade de dermopigmentação artística (tatuagem e perfuração corporal – piercing) e das condições de funcionamento dos estúdios para o exercício da atividade, uma lei estadual de 1997 proíbe a tatuagem em menores de 18 anos, mesmo com a autorização dos pais.

Para entender sobre a profissão, conversamos com tatuadores que trabalham no ramo e se tornaram referências na região.

ALEMÃO

João Antônio de Moraes, 38 anos, conhecido popularmente como Alemão, conta que desde jovem gostava de desenhar. “Tatuagem mesmo comecei a me interessar em 2002, quando eu e um primo fizemos uma máquina de tatuagem caseira. A minha primeira tattoo feita até que não ficou feia, tanto que até hoje meu amigo não apagou e nem cobriu (risos)”, conta Alemão, que ganhou da tatuadora Laura sua primeira máquina profissional em 2014.

“Venho me aperfeiçoando na profissão dia após dia. Conto também com apoio do meu primo José Ricardo, o Zoim, que hoje é considerado um dos maiores tatuadores de Piracicaba. Além disso, quero aproveitar o espaço para agradecer a minha esposa que nunca desacreditou da minha capacidade de vencer”, reforça Alemão, que tem seu estúdio na rua Nove de Julho, nº 1922, em Mirandópolis.

JESSÉ

Antônio Neto, que é barbeiro da Rei Barba, disponibiliza um espaço em seu estabelecimento para o tatuador Jessé Teodoro, 25 anos, morador de Araçatuba. “Desenho desde pequeno, fazendo retrato de pessoas, então já estava no sangue o desejo pela arte, sendo só um pulinho para aprimorar a arte na pele. Iniciei no ramo de tatuagem há quase cinco anos. Procuro oferecer sempre o meu melhor para meus clientes, por conta disso estudo constantemente e faço cursos para aprimorar meus conhecimentos”, define Jessé

O tatuador revela que sua vida realmente mudou após sofrer um acidente de trabalho em 2018. “Estava trabalhando como pedreiro, foi quando um servente na obra acabou espirrando um prego e acertou o meu olho. Fiquei em coma e acabei ficando cego, aí quando sai da UTI fiz cinco cirurgias e implantei silicone no meu olho para não fica um buraco no lugar”, relata.Jessé diz que sofreu preconceitos e não foi fácil a aceitação das pessoas devido à perda da visão. “Sofri muito preconceito, porém conquistei o respeito de todos porque consegui provar que sou capaz, mesmo com meu problema de visão. Hoje só com um olho sou um dos pouquíssimos no Brasil que usa a agulha mais temida entre os tatuadores (RL 060.1rl), que me dá a arte de fazer traços e escritas muito finas. Sou grato a Deus e ao meu amigo Gilmar Santos, que deu meu primeiro kit de tatuagem e o empurrão que precisava”, conclui Jessé, que em Mirandópolis atende na Barbearia Rei Barba (rua Armando Sales de Oliveira, nº 107), e em Araçatuba em seu estúdio, localizado na rua XV de Novembro nº 516, centro.


                       
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