Mas livrai-nos do mal
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Encerramos aqui a série de colocações sobre a oração do Pai-Nosso, cujo último pedido é que o Senhor nos livre do mal. Esse trecho aborda uma das mais profundas inquietudes humanas, que a Igreja chama de ‘mistério da iniqüidade’ e na qual todo ser humano ao menos esbarra quando se pergunta sobre o mal no mundo e por que Deus o permite.
Tal realidade torna-se especialmente aterradora quando nos deparamos com suas espécies mais atrozes e cruéis, como poderemos ver a partir do dia 21 deste mês, em que entra em cartaz no Brasil o filme “Som da Liberdade”, baseado na história real de um ex-agente do governo americano que abandonou seu cargo para dedicar-se ao resgate de crianças vítimas de traficantes das redes de pedofilia – crime tão escandaloso e infame que só pode ter influência direta das forças satânicas… É como diz o Senhor no Evangelho de São Mateus, alertando sobre a severidade dos castigos eternos: “Ai do mundo por causa dos escândalos! Eles são inevitáveis, mas ai do homem que os causa!” (cap. 18, v. 7).
O mal está no mundo. No Evangelho de São João, Jesus chama satanás de “príncipe deste mundo” (cap. 12, v. 31; cap. 14, v. 30), o qual lança suas redes visando arrastar a humanidade para o inferno junto consigo. Mas sabemos que os males que sofremos não nos são causa de condenação, pois “todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus” (Carta de São Paulo aos Romanos, cap. 8, v. 28). Assim, a todo custo e com todas as forças devemos lutar contra o mal, mas quando o sofremos, temos que oferecê-lo para Deus, como o próprio Jesus ao padecer os piores suplícios.
A rasteira de Deus no diabo foi utilizar-se de suas pérfidas ferramentas e transformá-las em remédio para a redenção do homem, como também ensina São Paulo em sua Segunda Carta aos Coríntios: “Aquele que não conheceu o pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornássemos justiça de Deus” (cap. 5, v. 21). Com seus terríveis sofrimentos, Cristo nos redimiu; sua Paixão e Cruz tornaram-se causa da nossa salvação!
Assim, rezemos ao Pai que nos livre do mal, cientes de que o mal maior é a perda de nossa alma! E clamemos sem cessar por todos os que sofrem, especialmente os inocentes, para que sejam libertos o quanto antes e para que suas dores sejam recompensadas com a graça da salvação eterna!