Mirandópolis é a oitava cidade com maior população amarela do país, segundo dados do IBGE

Mirandópolis é a oitava cidade com maior população amarela do país, segundo dados do IBGE

Foto: Katsue Yuba, uma das líderes e filha dos fundadores, na Comunidade Yuba (Arquivo AGORA) / Texto: G1

Três cidades da região Noroeste Paulista aparecem no ranking das 10 com maior população que se considera amarela do país. Além de Mirandópolis na 8ª posição, Pereira Barreto e Bastos são as cidades que se destacam pelo grande número da população amarela, descendentes dos povos originários na Ásia Oriental. Os dados foram divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e as dez cidades são respectivamente Assaí (PR), Bastos (SP), Uraí (PR), São Sebastião da Amoreira (PR), Pereira Barreto (SP), Nova América da Colina (PR), Mogi das Cruzes (SP), Mirandópolis (SP), Biritiba Mirim (S) e Guatapará (SP)

Segundo o Censo 2022 do IBGE, no país, houve queda de 59,2% da população amarela, de 2 milhões para 850 mil, número que representa 0,4% da população total, retornando a patamares próximos aos encontrados nos censos de 1991 e 2000. 

Dos 5.570 municípios brasileiros, o Censo 2022 não identificou pessoas consideradas amarelas em 575 cidades. A cor ou raça com a maior predominância entre os brasileiros é a parda (45,3%), seguida da branca (43,5%) e a preta (10,2%).

MIRANDÓPOLIS

Mirandópolis que está na oitava colocação, tem 27.983 moradores, segundo o Censo 2022. Desses, 1.024 se declararam amarelas. O número corresponde a 3,7% do total. Sem dúvida, a comunidade Yuba, que preserva a cultura e tradições orientais, tem grande influência nesses números. A história começou na década de 1930 com um grupo de imigrantes japoneses que se fixaram em Mirandópolis para estabelecer uma colônia. Hoje, a Yuba ainda segue a visão original dos primórdios, com cerca de 60 pessoas morando no local. Na comunidade, os membros possuem suas responsabilidades individuais, como agricultura, culinária e artes. 

BASTOS

Bastos ocupa a segunda colocação, com 21.503 pessoas, sendo 2.221 amarelos, ou seja 10,3% da população total. Fundada em 1928 por imigrantes japoneses, é a cidade com maior colônia nipônica fora do JapãoA cultura oriental é a responsável por diminuir a distância com o país oriental, já que está presente nos “quatro cantos” da cidade, seja na dança, na música, na gastronomia, costumes ou arquitetura. Bastos é conhecida como a Capital do Ovo, justamente porque um imigrante japonês levou galinhas para procriação em uma fazenda, com o intuito de buscar alternativas de trabalho. Inclusive, não são raras as visitas de cônsules do país oriental ao centro-oeste do estado, que também já recebeu membros da família imperial japonesa. 

PEREIRA BARRETO

Pereira Barreto ocupa a quinta colocação, com 24.095 moradores, conforme o Censo 2022. Desses, 1.008 se declaram amarelas, ou seja 4,2% da população. A cidade foi fundada em agosto de 1928, com o nome de Novo Oriente, quando a Sociedade Colonizadora do Brasil adquiriu parte das terras do povoado de Itapura, para receber imigrantes japoneses que vieram trabalhar na lavoura. Em uma volta pelo município, é possível encontrar muitas referências à cultura oriental, seja em monumentos construídos nas ruas ou, até mesmo, em nomes de escolas e demais locais de grande importância para os cidadãos. 


                       
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