‘No início sofri muitas críticas, mas venho superando as adversidades e tenho metas ambiciosas no esporte’, revela o fisiculturista Sombra

‘No início sofri muitas críticas, mas venho superando as adversidades e tenho metas ambiciosas no esporte’, revela o fisiculturista Sombra

Foto: Arquivo Pessoal/Miguel

Conversamos com Marlon Miguel Ferreira dos Santos, de 23 anos, natural de Mirandópolis, que cresceu em uma casa simples com seus pais Alessandra e Valdenor e seus seis irmãos. Devido à necessidade de auxiliar financeiramente sua família, Sombra, como é conhecido popularmente, iniciou sua jornada trabalhando no plantio de cana-de-açúcar. Atualmente casado e pai de dois filhos, Artur e Kimberlli, este mirandopolense aposta no fisiculturismo como meio de garantir um futuro promissor para sua família. Acompanhe a entrevista completa.

Como foi a sua infância?

Minha infância foi marcada por muitas dificuldades, pois sou de origem humilde. Cresci em uma família simples e meus pais enfrentavam problemas de saúde, com meu pai sofrendo um infarto e minha mãe lidando com diabetes. Foi um período complicado devido às condições de saúde deles, o que resultou em muitos desafios para nós. Além disso, aos nove anos, perdi meu avô para o câncer, o que representou mais um grande desafio.

Qual foi o seu primeiro emprego?

Comecei fazendo alguns trabalhos esporádicos, ainda jovem, no plantio de cana-de-açúcar. É uma atividade muito difícil, sofri bastante nesse período. Depois, aos 16 anos, trabalhei como ajudante de mecânico. Foi necessário começar a trabalhar cedo para contribuir com meus pais e minha família.

Como foi o início no fisiculturismo?

Enfrentei muitas críticas ao decidir me envolver no fisiculturismo, com pessoas duvidando do meu potencial e prevendo que não alcançaria o sucesso. Além disso, muitos questionavam minha escolha, falando que eu não seria nada na vida. No entanto, minha mãe, que trabalhava de faxineira apesar das dificuldades causadas pela diabetes, esforçou ao máximo para ajudar com meus estudos. Graças a ela, concluí uma especialização como cuidador de idosos.

Quais foram as dificuldades enfrentadas?

As dificuldades enfrentadas foram diversas. Sem emprego aos 18 anos e sem recursos para pagar uma academia, utilizei sacos de arroz, garrafas PET com areia e água, mochilas com livros, e um cabo de vassoura para improvisar pesos e equipamentos de treino. Além disso, frequentei praças públicas, onde aproveitei os equipamentos disponíveis para a calistenia, um método de treinamento que utiliza o peso corporal para desenvolver força e resistência muscular, dispensando a necessidade de equipamentos de academia.

Como surgiu o interesse pelo fisiculturismo?

Meu interesse foi impulsionado pelas dificuldades enfrentadas em casa. Meu pai, que é minha principal inspiração, praticava esse esporte na juventude. Além disso, sou admirador da carreira de Arnold Schwarzenegger, busquei informações na internet sobre o fisiculturismo, muitas vezes indo à casa de vizinhos, já que não tínhamos acesso à internet em casa. Durante minhas pesquisas, descobri Ronnie Coleman, fisiculturista renomado com diversos títulos no Mister Olympia. Encontrei também relatos de pessoas semelhantes a mim, magras e com recursos limitados, que praticavam o esporte e progrediam, o que me motivou. Importante ressaltar que pesava apenas 56 kg no ensino médio, enfrentei um período de depressão nessa época, e minha paixão pelo fisiculturismo contribuiu significativamente para superar essa situação. Sofrendo bullying na escola devido à magreza e ao meu estilo capilar, decidi mostrar às pessoas minha capacidade e determinação.

Como avalia sua evolução no fisiculturismo?

Há um ano e meio, graças a Deus, apareceu a oportunidade de treinar na academia Corpo e Ação. Agradeço a Mônica Ainhagne que me permitiu melhorar a qualidade de meus treinos. Tenho ainda o apoio do professor Fumagalli e o suporte de patrocinadores como Drogão + Interior, Klau Store, Bet Gain Sports e Chupeta Lanches têm sido fundamentais nesse processo. Sou muito grato também ao meu coach, Nilton, por sua orientação.

Quantas competições já participou?

Participei de quatro competições até o momento. Minha estreia ocorreu no dia 20 de abril de 2023, no campeonato Vinicius Sônego Classic, em Araçatuba, onde alcancei o quarto lugar e a minha primeira medalha. Em Tupi Paulista, concorri em duas categorias, alcançando o sexto lugar na Classic e o sétimo na Men’s Physique. Na terceira competição, em Junqueirópolis, conquistei o sexto lugar. Recentemente, em Araçatuba, obtive o quinto lugar na categoria Júnior, voltada a competidores de até 24 anos.

Qual a sua meta para os próximos anos?

Atualmente, estou me preparando para a próxima competição em Tupi Paulista, agendada daqui a sete meses. Tenho objetivos ambiciosos, como participar do Arnold Classic, em São Paulo no próximo ano, e competir no Mr. Olympia, nos Estados Unidos, daqui a aproximadamente cinco anos. Além disso, na vida pessoal planejo ter a minha casa própria e abrir a minha clínica de massagem. Aproveito e convido a todos a acompanharem minha jornada no perfil do Instagram @sombra-fit-oficial.


                       
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