‘Estou aqui há 42 anos e continuamos em busca de atender os clientes com qualidade’, conta José Odoni Carbello 

‘Estou aqui há 42 anos e continuamos em busca de atender os clientes com qualidade’, conta José Odoni Carbello 

Foto: Allan Mendonça

José Odoni Carbello, 69 anos, mais conhecido como Zé Arapongas, nasceu em Mirandópolis, no bairro Três Pontes. Com uma infância tranquila, mudou-se para a cidade aos 12 anos para residir na rua Japão, onde permaneceu até os 28 anos. Sua jornada empreendedora começou com um simples trailer de lanches e evoluiu para uma grande infraestrutura, que se tornou um ponto de encontro na cidade há mais de 40 anos. Na entrevista, Zé Arapongas relembra sua trajetória e as transformações ao longo dos anos. Filho de Gabriel e Cléria (in memoriam), pai de João Paulo e Caroline, e avô dos pequenos Felipe, Arthur e Cecília, ele ainda dedica parte de seu tempo aos negócios, enquanto sua filha tem assumido a administração nos últimos anos. Quando não está atrás do balcão, Zé Arapongas gosta de pescar e viajar. Confira a entrevista completa.

Como foi sua infância?

Foi bastante simples, nasci no bairro Três Pontes, aqui em Mirandópolis. Até os meus 12 anos, o local não contava com eletricidade ou telefone, era uma época mais rústica. Eu estudei na zona rural até a 4ª série. Meus pais sempre cuidaram muito bem de mim e dos meus irmãos. Nós nos mudamos para a cidade, especificamente para a rua Japão. Lá, tive uma infância tranquila. Eu adorava brincar com bola na rua, uma atividade que sempre me cativou, mesmo não sendo um jogador habilidoso (risos). Além disso, brincava de bolinha de gude, betia e outros jogos típicos da adolescência. Morávamos perto de um campo, o que me permitia praticar o esporte com frequência. Permaneci nesse local dos 12 aos 28 anos, até me casar. Quando criança, trabalhei como repositor de mercadorias no primeiro supermercado da cidade, inaugurado em 1971, o Santa Glória, que hoje é o prédio da Nice Confecções. Antes do supermercado, existia a Casa Santa Glória, que posteriormente deu lugar ao mercado, incluindo um açougue. A experiência foi breve, pois logo decidi voltar aos estudos. Daí estudei na Escola Agrícola, um colégio interno onde passei 3 anos me dedicando ao curso técnico em Agropecuária em Dracena. Aos 28 anos, comecei a trabalhar na Secretaria da Agricultura de Mirandópolis.

Como surgiu o Arapongas?

Como frequentávamos bastante lanchonete e bar, um dia falei para meus amigos: ‘acho que vou abrir uma lanchonete. Se não estiver do lado de dentro, estarei do lado de fora, então melhor estar do lado de dentro e experimentar para ver como é’. Em 1982, demos início à experiência empreendedora e o primeiro estabelecimento foi o Bar Gato que Ri, localizado na rua Rafael Pereira, próximo ao posto do Roberto. Permaneci lá por seis meses, porém, devido ao excesso de barulho, o proprietário do prédio pediu que eu me retirasse. Foi então que decidi instalar um trailer no local onde hoje se encontra o restaurante, na rua Ana Luiza da Conceição. Realizamos as adaptações necessárias, incluindo a instalação de banheiros. Desde o dia 18 de fevereiro de 1982, graças a Deus, nunca paramos. Inicialmente, contei com a ajuda de alguns amigos que apoiaram, mas a empresa sempre esteve registrada em meu nome, sem sócios. Meu pai colaborou muito, ajudando a servir chopes e preparar hambúrgueres. No início, tive cinco funcionários e atualmente contamos com uma equipe de 20 pessoas. Sem experiência prévia e sem frequentar cursos formais, aprendi tudo trabalhando, cometendo erros e adquirindo conhecimento. Agradeço imensamente ao saudoso e amigo Mane Maluco, que muito me incentivou e contribuiu com ideias valiosas. Como o local era alugado, após quatro anos consegui comprar o terreno, e depois fui construindo aos poucos, com muita dificuldade.

Zé Arapongas com a sua filha Carol e o neto Arthur. Foto: Allan Mendonça

São mais de 40 anos, como enxerga o crescimento?

Após a pandemia, a clientela mudou bastante. Nesse meio tempo, tivemos a danceteria (Boate Arauê). Logo em seguida, não voltamos mais devido a dar muito trabalho. Melhorou bastante a venda de comida. Quando acabou o movimento na rua com os adolescentes, aumentou o fluxo de famílias e agora vende-se mais comida hoje do que se vendia antes. Aliás, antes da boate era uma churrascaria que, devido a ser na parte noturna e às pessoas não terem muito hábito de comer carne à noite, acabou parando. Ficou apenas uns 5 anos. A boate surgiu em 2002 e foi até 2020, ideia de um sobrinho meu, Leandro, que disse: ‘Tio, nossa, se você fizesse uma boate aqui’. Um dia fizemos uma festa que lotou, chamada Fest Zé, mas como não tínhamos estrutura para aquilo, decidi fazer uma danceteria. O nome da boate surgiu da ideia de algumas pessoas. Muitos deram opinião e veio como um Auê no Arapongas. E o Claudinho Mendonça que ganhou e deu essa ideia Ara de Arapongas e Auê de festa.

O que Mirandópolis significa para você?

É minha vida, quase 70 anos na cidade, passei 3 anos estudando fora, aqui é a terra dos meus pais e família toda já residiu por aqui, é o município nosso, graças a Deus. Quando comecei aqui em Mirandópolis só tinha um barzinho e não tinha outra lanchonete e hoje tem várias espalhadas e a cidade evoluiu bastante. Agradeço as pessoas que sempre fazem criticas construtivas ajudando e avaliando nossas comidas, dizendo o que preciso melhorar.  O Arapongas está aberto de terça a domingo, a partir das 18 horas. Ás sextas-feiras acontecem o som ao vivo com cantores diferentes, onde ainda reuni familiares e amigos, contando com cardápio variado. E o espaço da boate está disponível para locação de festas e eventos.


                       
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