‘Existe uma Lavínia antes e depois de mim’, diz Salvador Matsunaka que lança sua pré-candidatura ao Executivo 

‘Existe uma Lavínia antes e depois de mim’, diz Salvador Matsunaka que lança sua pré-candidatura ao Executivo 

Foto: Eduardo Mustafa

Salvador Cazuo Matsunaka, o prefeito de Lavínia, é uma figura que polariza opiniões: ou é admirado ou é rejeitado, sem meio-termo. Ele anunciou sua pré-candidatura em Lavínia ao que seria seu quinto mandato à frente do município, que possui pouco mais de 9 mil habitantes. Nesta eleição, contudo, há uma novidade: ele se filiou ao PSD, partido de seu aliado político, Gilberto Kassab, após uma longa jornada de 28 anos no PSDB.

Em entrevista ao jornal AGORA NA REGIÃO, o prefeito expressou confiança, declarando que qualquer oponente já parte com mil votos – os quais ele considera votos de oposição – mas enfatizou que não teme o enfrentamento. Confira a entrevista completa. 

O que te motiva a buscar a reeleição?

Será minha quinta. Desde quando entrei na política em Lavínia, meu objetivo sempre foi fazer algo por essa cidade. E tenho grandes conquistas. São 20 anos na prefeitura e mais quatro anos em que fiquei como diretor executivo, no mandato do Sr. Mário, ex-prefeito. A questão não é gostar de ser prefeito. Eu gosto muito de trabalhar. E quando entrei na política, meu objetivo era fazer algo pela cidade que, na época, não tinha. Conquistas importantes como, por exemplo, o asfalto entre Lavínia e o Tabajara, são 18 quilômetros. Isso foi em 2007. O asfalto entre Lavínia e Mirandópolis, no período de 1993 a 1996. Além de ter construído na cidade 360 casas populares. Praticamente nenhum outro prefeito fez casas populares. Sempre dizia que era necessário fazer a infraestrutura da cidade, como rede de água, rede de esgoto, centro comunitário, ginásio de esportes e melhorias na área de educação. E temos trabalhado dessa forma. Minha reeleição é desse trabalho que estamos desenvolvendo. Nenhum outro prefeito fez o que eu tenho feito. E, por sorte, nesses 3 anos e meio de governo nosso tem sido muito bom.

A política mudou ao longo desses 20 anos?

Não acredito que a política tenha mudado. Sempre fiz uma gestão voltada para a população mais carente, priorizando a saúde, a educação. Acho que meu trabalho mudou a cidade. Lavínia é assim: tem antes do Salvador e depois do Salvador. E a população tem acreditado no meu trabalho.

Como o Sr. enxerga as cobranças nas redes sociais?

Trabalho bastante na rede social. Mas eu mostro a cara, enquanto meus adversários se escondem por trás dela. Tudo que eles falam são inverdades, com intuito de me prejudicar politicamente, mas o tempo mostra. Por exemplo, falaram que o concurso público da prefeitura era manipulado, mas tudo caiu por terra. Eles criaram uma rede social, chamada “Lavínia Lavínia”, muito nociva à população. E acho que é um tiro no pé deles porque não são críticas que mostram o que está errado, fundamentadas na verdade. Críticas são passíveis de aceitação, mas desde que sejam verdadeiras. As críticas devem existir para melhorarmos. Há coisas que às vezes não enxergamos e o opositor enxerga. A rede social vai me ajudar porque tenho muito a mostrar.

Mas o Sr. buscou na justiça para descobrir quem era a pessoa?

É um grupo adversário que faz isso. Um grupo fechado. Já entramos na Justiça, mas foi declarada improcedência. Aqui na delegacia também já pedimos a apuração e até agora não se apurou nada e, com certeza, não vai.

Salvador em seu gabinete durante a entrevista. Foto: Eduardo Mustafa

Busca apoio político com outros partidos?

Fui filiado ao PSDB durante 28 anos, único partido que tive nessa trajetória política, mas hoje sou filiado ao PSD, do partido do Gilberto Kassab. Minha relação com o governo é maravilhosa. Modéstia à parte, consigo conduzir a política regional com o aval do Kassab. Nossa coligação será entre PSD, PSDB e PP.

O aumento do salário de prefeito para R$ 25 mil não foi desproporcional com a média salarial da população?

Não acredito que tenha sido desproporcional com a média. Há de convir que é um bom salário. Ele, líquido, vai dar em torno de R$ 18 mil. Acho que valho R$ 18 mil. Sou um gestor. Chego na prefeitura às 6h30, todos os dias. Acho que, para quem trabalha, cada gestor tem o seu valor. Não sinto nenhum constrangimento pelo que faço. Pode perguntar ao povo que sabe que eu chego aqui na prefeitura. E vou todo santo dia despachar o serviço. O município é pequeno, mas tenho o controle de toda a máquina. Reúno-me às 7h com o mestre de obras, com engenheiro, com fiscal de estrada, pessoal da limpeza, educação. Talvez alguns digam que sou centralizador, mas, se não tiver controle, não tem como fazer essa gestão. Não adianta nada ficar aqui dentro do gabinete. O vereador vai ganhar R$ 5 mil, mas é uma classe que sempre é procurada pela população. Tem um aniversário, uma conta de luz atrasada, tem uma consulta médica para fazer, tudo procura o vereador. Minha gestão é um pouco diferente. Quando assumi a prefeitura, não havia esporte infantil. Começamos a implementar melhorias no futebol das crianças e hoje temos equipe. Estamos reformando a quadra, temos judô, temos jiu-jitsu.

O que é a política para o Senhor?

Penso de duas formas: como deveria ser feita e a política que fomos obrigados a fazer. Se falar em política ideológica, isso é para poucos. E quem exerce são pouquíssimos. A política ideológica é bonita, mas na prática não funciona. Hoje há muito assistencialismo, mas para aqueles que mais necessitam é necessário. O que não pode é vender uma política ideológica, com ética e princípios… Só falam. Vi pouca gente fazendo. O exemplo é o Partido dos Trabalhadores. Falam de pobreza, mas a família do presidente é uma das mais ricas hoje. Não é por acaso que o presidente foi preso por 1 ano e seis meses. Agora, o STF está perdoando todo mundo. E é bem perigoso aqueles que foram condenados pelo Sérgio Moro entrarem com ação contra o país e serem ressarcidos. Aos jovens, gostaria que participassem da política, mas poucos se interessam. Todos veem com os olhos que político é ladrão, corrupto… Gente boa não quer estar nesse meio, porque acha que é muito sujo. É complicado.


                       
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