Mirandopolense estudante de medicina do UniSalesiano participa de missão humanitária no Rio Grande do Sul

Mirandopolense estudante de medicina do UniSalesiano participa de missão humanitária no Rio Grande do Sul

Foto: Arquivo Pessoal/Natália

No período de 15 dias, alunos de medicina e enfermagem da UniSalesiano de Araçatuba embarcaram em uma missão humanitária no Rio Grande do Sul para prestar apoio aos moradores impactados por inundações no início de maio. Organizada pela faculdade, a mirandopolense Natália Gabriela de Carvalho, e cursando o 6º ano de medicina, compartilhou sua experiência em uma entrevista ao jornal AGORA NA REGIÃO

Natália enfatizou o impacto emocional da experiência, citando a esperança, o amor e a resiliência demonstrados pelo povo gaúcho como fatores que a inspiraram e que servirão de referência em sua futura atuação como médica. A missão não apenas proporcionou auxílio prático às comunidades afetadas, mas também fortaleceu o espírito de equipe e a vocação humanitária dos estudantes envolvidos.

Durante a missão humanitária realizada no Rio Grande do Sul, os alunos da UniSalesiano de Araçatuba contaram com o apoio dos professores Dr. Angelo Jacomossi, Dr. Lucas Caroli Cruz, do médico veterinário Matheus Felipe da Silva, da psicóloga Karen Priscila, e das enfermeiras Ana Cláudia de Souza Bacci e Bruna Mara de Santos. Acompanhados por essa equipe multidisciplinar, os estudantes embarcaram no dia 17 de maio e retornaram no dia 1º de junho.

A VIAGEM

“Como tudo ocorreu de forma inesperada, não tive muito tempo para me preparar. Arrumei minha mala, tomando cuidado em levar mais agasalhos e roupas de inverno, e busquei também maiores informações sobre as principais doenças que poderíamos encontrar naquela região”, lembra Natalia. 

Após uma jornada de 28 horas de viagem, prejudicada pelas condições das rodovias após as inundações, a equipe chegou a Porto Alegre. Os desafios da missão foram intensificados pela escassez de recursos, mas, sobretudo, pelas histórias tocantes e comoventes dos moradores atingidos. 

“Apesar da dificuldade de nos adequarmos aos escassos recursos que tínhamos à nossa disposição, o maior desafio que enfrentamos foi a tristeza e o sentimento de impotência diante das histórias de vida dos pacientes, ouvidas diariamente. O cotidiano nos abrigos era cercado de histórias repletas de muita dor, sofrimento e tristeza. Todos os dias, os gaúchos nos emocionavam contando como fora o resgate ou como o drama da enchente tinha, aos poucos, devastando casas, projetos pessoais e, inclusive, vidas”, detalha a estudante.

A saga dos alunos da UniSalesiano no Rio Grande do Sul revelou um retrato marcado pela resiliência e pela esperança inabalável da comunidade local, enfrentando as devastadoras consequências das inundações. Cada amanhecer testemunhava a força e a acolhida calorosa daquele povo, que, mesmo diante da angústia provocada pelo aumento implacável das águas, mantinha a chama da esperança acesa, aguardando dias melhores.

A cidade, cenário do desastre natural, exibia um panorama desolador: residências parcialmente submersas, estruturas danificadas, ruas tomadas por lama e escombros, veículos virados e pontes prestes a desaparecer sob as águas revoltas. A realidade dos moradores desafiava a imaginação, transformando Porto Alegre em uma zona de guerra, como se replicasse as cenas dramáticas transmitidas pelos noticiários.

OS ATENDIMENTOS

O contingente de 37 pessoas, dividido em dois grupos, distribuiu-se estrategicamente para prestar auxílio nos abrigos, sob a orientação dos médicos preceptores designados para cada local. As equipes, organizadas em enfermarias improvisadas, concentravam esforços na assistência médica direta aos necessitados, realizando avaliações clínicas, prescrições e acompanhamento sob constante supervisão dos profissionais de saúde.

“Realizávamos anamnese, exame físico, prescrição, sempre supervisionados pelo médico responsável. Além disso, procurávamos estar atentos às demandas psíquicas e humanas, oferecendo, sempre que necessário, palavras, abraços e gestos para tentar diminuir o sofrimento deste povo”, conta Natalia.

O relato emocionado da mirandopolense destaca o impacto positivo gerado pela missão, com mais de 200 pessoas e famílias beneficiadas pela dedicação e pelo comprometimento do grupo. 

“Foram várias pessoas e famílias que conseguimos ajudar, tivemos uma conexão muito boa com nossos pacientes. Portanto, foi difícil voltar sem se emocionar. Na volta, que durou cerca de 21h, eu não tinha outro pensamento a não ser o de refletir sobre tudo o que vivi e senti. Quero agradecer a Deus em primeiro lugar, à minha família por me amparar sempre em meus sonhos e à faculdade por nos proporcionar essa lição de vida ímpar. É sempre assim: a gente procura levar um pouco de caridade e, em troca, na bagagem, traz uma multidão de amor de presente. Como não ser grata?”, finaliza Natalia.


                       
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