Educação é o princípio, é o meio, é o fim a ser atingido. O Brasil precisa de uma revolução nas salas de aula, reforça Fábio Menegatti

Educação é o princípio, é o meio, é o fim a ser atingido. O Brasil precisa de uma revolução nas salas de aula, reforça Fábio Menegatti

Os maiores aprendizados nascem com a dificuldade. O conforto, na vida de um repórter em ação serve, entre outras coisas, para darmos mais valor às coisas boas. Esse é o pensamento de Fábio Menegatti, que atualmente é repórter do Jornal da Record, um dos principais jornais da televisão brasileira. Filho de Cláudio Menegatti e Idalina Maria Menegatti, o trabalho levou Fábio para regiões árduas, pois o profissional normalmente é escalado para eventos impactantes em qualquer lugar do planeta. Já visitou lugares impensáveis como Dubai e China, sendo no total 16 países visitados a trabalho. O jornal AGORA NA REGIÃO conversou com Fábio Menegatti para conhecer detalhes da sua infância, os desafios da profissão e suas paixões fora da televisão.

AGORA NA REGIÃO: Como foi sua infância na parte educacional?
Fábio Menegatti: meu ciclo educacional em Mirandópolis foi longo. Passei pelo antigo ‘parquinho’, fui alfabetizado no Dr. Edgar onde fui até a antiga oitava série. Depois, fiz o primeiro colegial no CENE. Os dois últimos fiz em escola particular, em Maringá.

AGORA: Quando surgiu o interesse pelo jornalismo?
Fábio: o jornalismo veio por acaso. Eu passei todo meu período de vestibulando prestando medicina. Mas no final optei por jornalismo, pois fui levado a observar como as Ciências Humanas pautavam minha vida, como a escrita era uma naturalidade na minha expressão. Depois ainda fiz uma segunda faculdade, de História, comecei um mestrado e sou também Cientista Político.

AGORA: Quando começou sua vida profissional, foi como jornalista?
Fábio: Bem, meu primeiro emprego, mesmo, foi aos 14 anos como menor auxiliar de serviços gerais, no Banco do Brasil em Mirandópolis. E isso é algo que tenho um orgulho imenso, pois eu aprendi demais, foi uma experiência sensacional. Depois, ao terminar a faculdade de jornalismo comecei numa TV local, em Bauru, onde estudei. Daí fui para a Record Bauru, depois fiquei oito anos numa afiliada da Globo/ Tv Centro América, em Cuiabá. Aí, veio a Record de São Paulo, onde sou repórter do JR há quase dez anos.

AGORA: Acompanhando seu trabalho vejo que já rodou o mundo. Quais foram as principais matérias e lugares?
Fábio: eu já visitei muitos lugares impensáveis para um viajante comum. Fui duas vezes a Dubai, duas vezes à China e, na China, conheci regiões maravilhosas. O jornalismo já me levou a 16 países, por enquanto.

AGORA: Alguma reportagem inusitada?
Fábio: são diversas reportagens inusitadas. Em Moçambique, vi a força do Ciclone Idai e a devastação ambiental e humana. Na Colômbia fiquei no meio de um tiroteio na fronteira com a Venezuela, por lá caminhei dezenas de quilômetros nas estradas com migrantes, no México senti de muito perto o que é um terremoto numa cidade de mais de 20 milhões de habitantes. No Brasil, bem, no Brasil foram algumas andanças, de Norte a Sul, Leste a Oeste. Destaco Brumadinho e a tragédia da Vale, a série que fiz pelo sertão nordestino. Não me canso, nunca. Viajar, contar histórias, aprender com as pessoas e multiplicar esse conhecimento é, talvez, minha missão nesta vida. 

AGORA: Quais foram os principais desafios enfrentados?
Fábio: acho que os maiores aprendizados nascem com a dificuldade. O conforto, na vida de um repórter em ação serve, entre outras coisas, para darmos mais valor às coisas boas. Pois o meu tipo de trabalho costuma me colocar em regiões árduas, sou o tipo do profissional escalado para eventos fortes em qualquer lugar do planeta, o que muito me honra. É um privilégio poder ter essa confiança imensa que a Record TV deposita em mim.

AGORA: Se pudesse voltar no tempo para conversar com o Fábio que acabou de sair da faculdade, quais seriam os conselhos?
Fábio: voltar ao tempo seria lindo, mas não retorno um dia da minha vida. Quero sempre avançar, seguir em frente. Para aquele jovem jornalista recém-formado eu diria, não tenha medo, siga em frente, esforce-se ao máximo, estude muito, vá! De diferente? Bem, acho que teria jogado mais vezes na Mega Sena. (risos) 

AGORA: Você tem aquele momento de descarregar as energias?
Fábio: meu trabalho me dá satisfação, uma entrevista me enriquece enquanto ser humano, os exemplos de vida que o jornalismo me dá são ricos demais. Sim, levo prazer ao trabalho onde tenho amigos maravilhosos também. Minha energia, eu gosto de gastar de algumas formas, sou praticante de artes marciais, amante de boa música. Meus vizinhos de apartamento que o digam, pois amo tocar guitarra.

AGORA: Tem algo que gostaria de complementar?
Fábio: eu acho que a comunicação, mais que nunca, precisa ser valorizada, defendida e exercida por profissionais legítimos, jornalistas responsáveis e com princípios éticos. Estamos em tempos em que boatos, as tais fake news, ganham uma proporção absurda. E isso é extremamente perigoso, lesivo. Mais que nunca quero aqui deixar uma palavra em que acredito piamente: educação. É o princípio, é o meio, é o fim a ser atingido. O Brasil precisa e muito de uma revolução nas salas de aula, no aprendizado, no conhecimento. Podemos ser grandes, mas parece que nos contentamos em admirar a beleza dos outros, dos vizinhos. Precisamos de ações urgentes, é pra hoje.

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