‘Desde pequeno sabia que precisava trabalhar, por isso foquei na mecânica e nunca mais parei’, lembra Pistulim
Conversamos com Antonio Carlos Trevisan, conhecido popularmente por Pistulim, que nasceu em Mirandópolis no dia 21 de abril de 1964. Seu pai trabalhou por muito anos como funileiro, com isso ele já começou a trabalhar em oficina aos 14 anos de idade. Confira na sequência a entrevista completa.
Como foi sua infância?
Eu era o irmão do meio, minha irmã que era gêmea morreu com três meses e tive o meu irmão também. Cresci em Mirandópolis e o meu primeiro serviço foi como ajudante de mecânico, na oficina Santo Antônio, que ficava na rua Ana Luísa da Conceição, que era do Antônio Grassi. Eu tinha de 13 para 14 anos. Depois eu fui trabalhar com o Sr. José Grassi e depois com o Jair Massaroto, uma oficina que onde hoje é o Tato Borracheiro. Depois eu fui para São Paulo, isso já era em 1989
Foi justamente para trabalhar?
Sim, fiquei cinco anos, de 1989 até 1994 mais ou menos. Fui para trabalhar em uma oficina mecânica, por indicação de um amigo. Fiquei ali no Ipiranga, na Avenida Nazaré, meu amigo me levou e depois fiquei morando dentro da oficina em São Paulo. Foram tempos bem difíceis, pois eu saí de uma cidade pequena onde conhecia todo mundo para ir para a capital. Meu foco era justamente trabalhar para conseguir juntar o dinheiro, mas não foi nada fácil enfrentar os desafios de morar em uma cidade como São Paulo.
E sua volta para Mirandópolis?
Voltei para cá em 1994, foi quando abri a minha oficina mecânica, onde hoje é o Shimada. A oficina era minha e do meu tio, mas fiquei lá naquele ponto por pouco tempo. Aqui estou com a oficina (rua Mizael Leandro Alves, nº 370) desde 2017, trabalhando com mecânica de carros leves, mas posso dizer que já estou querendo parar um pouco, porque estou cansado demais (risos).
Você é casado?
Minha companheira chama Maria Nilza, mas todo mundo conhece ela como Nilza, com quem estou junto desde 1997.
Quais as lembranças de Mirandópolis?
Eu sempre estudei na escola Dr. Edgar, local que tenho boas recordações de brincadeiras e amizades. Muitos amigos meus já faleceram, sempre lembro de vários com muito carinho, mas posso dizer que sou uma pessoa abençoada porque sempre tive bons amigos. Falando de lembrança posso dizer que lembro das brincadeiras de estilingue e também das pescarias, sempre fui apaixonado por pesca. Quando tenho uma folga reúno alguns amigos no rancho e ficamos pescando, dando risada e contando boas histórias (risos). De lembrança tenho também do cinema, sou um apaixonado por Mirandópolis.
Sua família é bem tradicional?
Minha família é grande, só a minha mãe tinha 13 irmãos, é da família Deusdete Leite de Almeida. Já por parte do meu pai, perdi o meu avô muito cedo. Eu tinha três tios, hoje só tem um vivo. Dos meus irmãos só a minha irmã, a Sonia está viva, que meu deu dois lindos sobrinhos. O meu pai faleceu em 2006, no dia 12 de julho, e minha mãe está viva, graças a Deus.
Qual sua ligação com Mirandópolis?
Sempre foi forte, digo que foi uma relação onde consegui tirar o sustento para sobreviver, em troca fiz excelentes amizades e foi onde minha família também sempre morou. Morei alguns anos fora, mas no tempo em que estava em São Paulo pensava todo dia em voltar. Até falava para os outros funcionários que só estava em São Paulo para ganhar dinheiro para um dia ter a minha oficina, mas nunca seria para morar, independentemente do dinheiro que poderia ganhar trabalhando na capital. Agora que estou beirando os 60 anos só penso em trabalhar até onde der e depois curtir as amizades e a pescaria.