‘Minha vida foi dentro da polícia militar, sempre fui um apaixonado pela profissão’, explica Souza

‘Minha vida foi dentro da polícia militar, sempre fui um apaixonado pela profissão’, explica Souza

Conversamos com José Antônio de Souza, que é conhecido popularmente como Souza Polícia, que nasceu em Lavínia, no dia 6 de outubro de 1960. Casado há quase 50 anos com Dalva Nadir de Souza, o casal tem uma filha e duas netas. Confira na sequência a entrevista completa.

Como foi sua infância?

Nasci e cresci em Lavínia, somos em quatro irmãos e meu pai trabalhava com carpintaria. Digo que foi uma infância muito tranquila, graças a Deus, pois brincávamos muito e nos divertíamos na medida do possível.

Quando saí de Lavínia?

Fiquei até os meus 18 anos, foi quando entrei na polícia militar. Lá estudei no grupo e depois quando já estava trabalhando me formei na faculdade de ciências biológicas, em Pereira Barreto, mas nunca dei aula ou exerci a profissão. Mas sempre falei que tive a sorte de iniciar muito novo na polícia, com apenas 18 anos, isso acabou me formando também como cidadão.

Quando você casou?

Casei no dia 10 de fevereiro de 1973, no ano que vem fazemos 50 anos de casados, mas namoramos por bastante tempo antes. Temos uma filha e duas netas, uma é enfermeira e a outra se formou em nutrição.

Souza trabalhando em São Paulo no Corpo de Bombeiro

Onde trabalhou?

Trabalhei em São Paulo, por três anos e depois em Pereira Barreto fiquei alguns anos. Também trabalhei por um mês em Guaraçaí e alguns dias em Andradina (risos). E claro, muitos anos em Mirandópolis, minha vida foi dentro da polícia militar e eu sempre fui um apaixonado por essa profissão. Para mim aqui no interior sempre foi melhor, até mesmo pela situação financeira, porque morar fora tinha muito gasto. Graças a Deus as pessoas respeitavam, sei que são outros tempos e até outros princípios que regiam a sociedade, mas foi prazeroso trabalhar na corporação. Na polícia sempre fui muito dedicado. Fui um militar honesto, onde sei que tive que passar por situações em que segurei a onda sozinho, já que outros não seguiam essa mesma regra. Quando aposentei tive uma despedida muito grande, com cartão de prata e várias honrarias.

Passou por situações de risco por conta da profissão?

Não tenho memória muito boa de quando eu vim de São Paulo para o interior, porque logo quando sai de lá quatro colegas morreram em um só dia. Eles eram de Pereira Barreto, a ocorrência foi de uma discussão, o famoso “bate boca”, foi quando um outro cara que se sentiu ofendido saiu atirando e matou todo mundo. Nessa ocasião me fizeram de refém, mas graças a Deus estou aqui para contar essa história. Nem sei como me salvei, foi uma das situações mais tensas que passei na vida.

Teve outra que pode contar?

Em São Paulo trabalhei no corpo de bombeiros e estive na ocorrência do incêndio do edifício Andraus, que aconteceu no início dos anos 70. Foi uma ocorrência muito complicada porque o fogo tomou conta inicialmente dos seis primeiros andares, dificultando as pessoas saírem e também da gente entrar. Infelizmente essa ocorrência teve algumas vítimas (segundo o jornal apurou foram 16 mortos e mais de 300 feridos), mas conseguimos salvar muita gente. E para terminar as ocorrências mais complicadas teve uma durante a Copa do Mundo de 1970, nesse dia a minha vida passou por um fio. Nós estávamos fazendo policiamento e o Brasil estava perdendo de um a zero pra Itália, foi quando chegou uma ocorrência que precisávamos ir na casa de um italiano porque estava acontecendo uma confusão. Quando a gente foi fazer a prevenção o cara veio e me deu um tiro na perna.

Recentemente teve problema de saúde?

Estou fazendo quimioterapia, mas tenho muita fé que logo menos isso vai passar. E recentemente também fiz uma cirurgia de catarata, então to meio de molho (risos).


                       
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