‘Ficou um legado da política que me deixa muito orgulhoso porque ajudou Mirandópolis’, recorda o ex-vereador Taba
Conversamos com Ginez Fernandes da Silva, que nasceu em 1950 em Guararapes. Conhecido popularmente como Taba, o ex-vereador por seis mandatos chegou em Mirandópolis aos 7 anos de idade. Com 12 anos começou a trabalhar na Casa Moreira, depois passou no concurso e ficou por 38 anos na Secretaria da Agricultura. Confira na sequência a entrevista completa.
Onde nasceu e cresceu?
Eu nasci em Guararapes, somos em 11 filhos, e meus pais tinham uma propriedade rural. Quando eu ainda era bem criança meu pai se separou da minha mãe, com isso eles venderam o sítio e os filhos vieram todos com a minha mãe para Mirandópolis, nisso eu tinha sete anos. A minha mãe foi uma guerreira, ela trabalhava como doméstica, e deu o que pode de melhor para os filhos.
Porque o apelido de Taba?
Taba é porque joguei futebol por muitos anos, era uma paixão que tinha, e podemos dizer que era um pouco bruto como zagueiro (risos). O pessoal falava que eu era um cavalo de tão forte que chegava nas divididas. Então nas brincadeiras eles falavam dá uma “tabada neles”, “chega a taba”, com isso ficou o apelido de Taba. Apelido não tem muita explicação, pegou taba e nunca mais me chamaram pelo nome.
Tem outras lembranças de Mirandópolis?
Não tem como esquecer da praça central aos domingos. Era a nossa diversão, ficávamos ouvindo música, os homens de um lado e as mulheres dos outros. Lembro também dos bailes nas áreas rurais, eram bem tradicionais naquela época as quermesses e forrós, tenho saudade desse tempo.
Quando começou a trabalhar?
Meu primeiro emprego foi com 12 anos como pacoteiro na antiga Casa Moreira. Naquele tempo era tudo diferente do que é hoje, pois atualmente uma criança não pode mais trabalhar, nem encontra oportunidade no mercado de trabalho. Mas foi uma excelente oportunidade para mim porque conseguia tirar um dinheiro e começar a ter responsabilidade.
E a secretaria da agricultura?
Depois de alguns anos passei a estudar pra concurso, e com a graça de Deus fui aprovado na secretaria da Agricultura. Entrei em 1971, como técnico de engenheiro agrônomo, onde trabalhei por 38 anos e seis meses, até me aposentar.
Você teve um viveiro de mudas?
Sim, isso foi nos anos 80, se não estiver enganado. Com um sócio montamos na entrada da cidade, no trevo, um viveiro de mudas. Pegava mangas – coquinho, palmer e hadem. Foi um negócio bem rentável, nessa época consegui comprar uns imóveis que tenho até hoje como investimento. Lembro que vendia muito para exportação, entregava em Jales e Bauru.
Como surgiu a política na sua vida?
Foi por acaso em 1989, não gostava dessa história de política, sempre achei que aquela confusão das campanhas não era para mim. Mas fui convencido a lançar uma candidatura como vereador e fui eleito. Depois que entrei posso dizer que peguei gosto, pois sempre fui um apaixonado em ajudar as pessoas, em conversar com os munícipes para entender os problemas. Sempre digo, a única coisa boa da política são as amizades feitas, pois acabamos conhecendo muita gente.
Você foi quem teve mais mandatos como vereador?
Acredito que sim, foram seis mandatos como vereador de Mirandópolis, tenho muito orgulho dessa minha trajetória no legislativo. O Riyuiti Ijichi teve cinco mandatos, mas seis acho que só eu em Mirandópolis.
Não veremos o Taba como candidato em 2024?
Não serei candidato, a minha contribuição na política de Mirandópolis já foi feita. Lembro com carinho de ir falar com o Rodrigo Garcia, quando era secretário da habitação em 2016, e fui lá falar com ele sobre isso. Assim como outras contribuições, emendas e homenagens que fiz durante todos os meus mandatos.
Quer deixar uma mensagem final?
Agradecer primeiro a Deus pela saúde, no ano passado acabei fraturando o fêmur depois de um tombo e fiquei três meses de cama. Ou seja, sem saúde não somos nada, só agradeço a Deus por me dar saúde, a minha família por estar sempre ao meu lado e a população por sempre me tratar com respeito e carinho por onde ando.