‘Comecei a trabalhar com 14 anos como office boy, fui crescendo profissionalmente até abrir meu escritório’, lembra Fioravante

‘Comecei a trabalhar com 14 anos como office boy, fui crescendo profissionalmente até abrir meu escritório’, lembra Fioravante

Conversamos com Luiz Carlos Fioravante, que nasceu em 1957 em Mirandópolis. Advogado há mais de 40 anos, começou sua trajetória profissional como office boy no escritório do Manoel Franco aos 14 anos, local que trabalhou por mais de uma década. Na sequência abriu seu próprio escritório e nunca mais parou de atuar na área, principalmente com direito tributário. Confira na sequência a entrevista completa.

Como foi sua infância?

Cresci em uma casa com meus pais e dois irmãos. Meu pai foi padeiro e depois se tornou servidor público municipal, já a minha mãe sempre foi costureira. Eu nasci do lado da padaria do meu tio, morei até os sete anos. Depois viemos morar aqui próximo de onde moro há um bom tempo, foi uma infância feliz. O que eu digo é que antigamente era uma outra vida, não tem nada a ver com o que é hoje, digo nas questões das brincadeiras, respeito com os mais velhos e liberdade. Meus pais não tinham condições de dar o luxo, então era jogar futebol na rua, não existia eletrônico, pizza ou lanche se não fosse uma ocasião muito especial, normalmente uma vez por ano (risos). Já quando passei a trabalhar a minha diversão era ir no cinema, no Cine São Jorge. Na questão de escola, estudei no Dr. Edgar e depois no Noêmia, sendo que na sequência fiz técnico de contabilidade na escola 14 de agosto.

Quando começou a trabalhar?

Meu primeiro emprego foi com 14 anos como office boy no escritório do Manoel Franco. Todo pai queria que o filho fosse trabalhar lá, pois ele ajudava na formação do funcionário. Tinha sua rigidez, mas dava muito oportunidade de crescimento. Fiquei 14 anos lá, fui vencendo as etapas e subindo profissionalmente. Em setembro de 1987 eu pedi demissão e montei meu escritório

Porque decidiu ser advogado?

Meu sonho era ser engenheiro aeronáutico, queria estudar no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). Meu pai até que me incentivava, mas o sonho é uma coisa, a realidade é diferente. Na minha época de graduação tinha economia, em Andradina, e Direito, em Araçatuba. Eu não tinha condições de parar de trabalhar e ir para São Paulo, por exemplo. Então decidi por Direito porque ouvia o Manoel Franco sempre falar das opções que a profissão dava, como em concursos e dentro da própria advocacia.

Quando montou seu escritório?

Fiquei 14 anos no Manoel Franco, daí me formei em 1982, mas mesmo depois de graduado fiquei cinco anos trabalhando apenas com contabilidade. Em 1987 foi quando decidi abrir o meu escritório, eu tinha alguns clientes que me seguiram da época do Manoel Franco e outros que fui conseguindo com o tempo. Gosto muito do direito tributário, sempre gostei dessa área. Apesar de algumas fragilidades na minha saúde, ainda continuo trabalhando, agora de forma ordeira e mais calma, pois passei por alguns momentos delicados que estou superando aos poucos.

Qual a importância da sua família?

É o meu pilar! Eu casei logo depois que formei, em 1982, tenho três filhos e um grande orgulho. A minha filha mais velha, a Beatriz, assumiu um cartório de registro civil no Paraná, por meio de concurso público. A Fernanda é psicóloga e atua aqui mesmo em Mirandópolis. E o mais novo, o André, é médico em Ribeirão Preto, com especialidade em geriatria.

Teve experiências na área pública?

Atuei por dois anos como secretário da câmara municipal, pois o Senhor Hiroshi Nakamura tinha se aposentado. Foi na época que estava formando a Lei Orgânica do Município e o regimento interno da Câmara, bons tempos. Depois tive a experiência de ser secretário jurídico em Araçatuba, mas fiquei apenas seis meses. Não deu compatibilidade de ser secretário e atuar como advogado, acabei pedindo demissão. Na prefeitura de Mirandópolis apenas substitui o Manoel Bomtempo em suas férias, por um mês.

Quer deixar alguma mensagem?

Aproveito o espaço para agradecer a família do Seu Manoel Franco, porque ele me permitiu trabalhar e estudar. Ele foi um grande incentivador, sem dúvida um grande responsável pelo profissional que fui e sou. Além disso, quero aconselhar os novos advogados para focar em estudar. Hoje tem muita coisa na internet a disposição, mas não podemos ficar refém desse conteúdo, temos que saber o que estamos escrevendo e falando, por isso, estudem.


                       
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