‘Trabalhar com futebol sempre foi a minha paixão. Formar o atleta e também o cidadão é gratificante demais’, explica Nelson Mingau

‘Trabalhar com futebol sempre foi a minha paixão. Formar o atleta e também o cidadão é gratificante demais’, explica Nelson Mingau

Conversamos com Nelson Alves Mião, que nasceu em 1965. O mirandopolense conhecido popularmente como Mingau, viveu no Amandaba até os nove anos, foi quando sua família mudou de vez para Mirandópolis. Ele trabalhou no Arroz Minari, Nitinan, Bradesco e usina, até que em 1996 iniciou na secretária de esportes da prefeitura. Apaixonado por futebol, no início dos anos 2000 começou a dar treinos para jovens e ficou por 20 anos na função. Hoje tem sua escolinha, onde encontrou sua forma de viver e trabalhar. Confira na sequência a entrevista completa. 

Onde nasceu e cresceu?

Nasci em 1965, aqui em Mirandópolis. Cresci com meu pai, mãe, meus dois irmãos e minhas duas irmãs. Até os nove anos eu morei no Machado de Melo (Amandaba), mudamos depois da grande geada, que acabou com várias plantações. 

De onde vem o seu apelido “Mingau”?

Vem do sobrenome Mião! Desde criança o pessoal ficava brincando pra lá e pra cá, então acabou pegando.

Com qual idade você começou a trabalhar?

Com 10 anos eu já iniciei na antiga oficina do Pedrinho. Em seguida fui trabalhar no Arroz Minari, onde eu permaneci por cerca de 7 anos trabalhando como empacotador de arroz. Teve um período também, que eu cheguei a trabalhar na fábrica Nitinan, bem no auge da empresa. Nessa época a fábrica era bem grande e nós éramos uma equipe com mais de 200 funcionários. Depois entrei para o Bradesco, onde eu trabalhei por cinco anos para a empresa de seguros Bradescor. Em seguida eu acabei indo trabalhar na usina, sendo que depois, no ano de 1996, iniciei meus serviços na prefeitura e permaneci por 25 anos. Durante esse período, eu trabalhei nos primeiros 5 anos como secretário de esportes, na administração do ex-prefeito Jorginho Maluly, na época em que o técnico de futebol ainda era o Calada, que trabalhava com as categorias de base e o Wanderlei, que trabalhava mais com o time juvenil. O Calada estava próximo de aposentar e quando isso aconteceu eu assumi as categorias de base, isso no início dos anos 2000 até o final de 2019.

Para você, como é trabalhar com o esporte?

Sempre gostei do esporte, mas na verdade eu gosto mais de trabalhar com criança, nas categorias de base. Eu sempre fui apaixonado pela área esportiva. No mandato da ex-prefeita Regina Mustafa, eu consegui por tempo de serviço, pegar o registro provisório específico para trabalhar com futebol de campo, isso pela lei federal de 1996, que permitia, então eu montei toda a papelada junto ao jurídico e a ex-prefeita assinou para que eu enviasse e assim conseguisse.

Mingau é treinador na escolinha Leões da Bola. Foto: Divulgação.

Como a escolinha surgiu na sua vida?

A escolinha teve início após eu sair da prefeitura, em outubro de 2019. Na mesma época em que eu sai o Luizinho também estava saindo e nisso nós conversamos bastante e pesquisamos alguns nomes para encontrar algum que não se chocasse com outros times, até que nós conseguimos chegar no nome Leões da bola. Depois de decidir o nome, nós fomos procurar um espaço para trabalhar, então conversamos com o Sunada e graças a Deus ele abriu as portas para que a gente colocasse o projeto em prática. Ele aderiu tanto ao projeto, que fez um escritório para a gente trabalhar, instalou arquibancadas, liberou os banheiros e até mesmo trouxe materiais que na época não existiam no local. Nós treinamos crianças de 4 até 12 anos, de segunda a sexta-feira. Normalmente eu atendo durante a tarde às 16h30 e no período da manhã nas terças e quinta-feira. O objetivo é expandir cada vez mais o projeto. Hoje nós treinamos em média 130 meninos e a procura ainda continua grande, tanto que nós estamos analisando a possibilidade de repartir as turmas. Também estou desde outubro de 2022, com outro projeto aos sábados, duas vezes por mês, com o apoio do prefeito Mirão, que fornece um ônibus para transportar os meninos do km 42, das Alianças e também do assentamento esmeralda. Após pegar os alunos nós fazemos os fundamentos necessários e em seguida realizamos os jogos. Os projetos so acontecem porque contamos com parceiros como o Alex Crevelaro, da Perfect Limp, o Bruno Ikejiri, da Diferente, o pessoal da Rocath, a empresa Móveis Casa Bela e a Profi Esportes, que são os patrocinadores da escolinha.

O que Mirandópolis representa na sua vida?

Fiz 58 anos no sábado (6). Eu gosto muito daqui. Mirandópolis é sinceramente uma cidade que eu nunca pensei em sair. Eu já fui fazer cursos em vários lugares, tanto na época do Bradesco, quanto no futebol, mas se eu ficava uma semana fora a minha vontade já era de voltar para Mirandópolis. Graças a Deus eu tenho várias amizades aqui e para mim é um orgulho morar nessa cidade. É legal ouvir os alunos contando que os pais já treinaram junto comigo na época e hoje formaram sua família.


                       
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