Mirão registra boletim de ocorrência contra jornal AGORA por divulgar manifestações do ex-prefeito Sodario

Mirão registra boletim de ocorrência contra jornal AGORA por divulgar manifestações do ex-prefeito Sodario

Foto: Arquivo AGORA

O prefeito de Mirandópolis, Ademiro Olegário dos Santos, o Mirão (PSD), registrou boletim de ocorrência por calúnia e difamação contra o jornal AGORA NA REGIÃO pela matéria em que o ex-prefeito Everton Sodario (Patriota) o acusou de ameaça de morte. Mirão também registrou boletim contra seu antigo aliado político. 

Sodario fez uma publicação em rede social no dia 1º de setembro com diversas críticas ao atual prefeito. Entre elas, disse que teria recebido ameaça de morte de Mirão. “Ele dizia para os outros que estava com tanta raiva de mim que estava andando armado para se me encontrasse talvez até tirar minha vida. Eu recebi ameaça de morte do atual prefeito”, revelou Sodario, em um vídeo ao vivo divulgado na internet. 

O ex-prefeito Sodario não disse se registrou boletim de ocorrência contra Mirão a respeito dessa suposta ameaça.

O jornal procurou a Chefia de Gabinete e o departamento de Gestão Administrativa, comandados por Sidimar Cavalcante e Flávio Augusto Antônio, respectivamente, para que o prefeito comentasse as declarações antes da publicação da matéria, porém passadas quase 26 horas após a solicitação do jornal, o prefeito não havia se manifestado, como permanece em silêncio até o momento. Caso queira se manifestar, o espaço continua aberto.  

Ambos os endereços de e-mails que as solicitações foram enviadas constam como oficiais no site da prefeitura. 

Jornal procurou a Chefia de Gabinete e o departamento de Gestão Administrativa, comandados por Sidimar Cavalcante e Flávio Augusto Antônio, respectivamente, para que o prefeito comentasse as declarações antes da publicação da matéria. Foto: Reprodução

No boletim registrado contra o veículo de comunicação, Mirão disse não ter feito a ameaça e que “deseja” que o jornal seja responsabilizado por publicar a reportagem. 

Para Milton de Moraes Terra, professor de Direito Constitucional da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), não há nenhum crime cometido pelo jornal. “O jornal simplesmente fez uma publicação de um fato narrado por um terceiro. Não há que se falar em crime. Calúnia seria imputar um crime, daí eu pergunto: qual crime o jornal cometeu? Difamação é falar mal, o prefeito dizer que se sentiu ameaçado também não configura o crime. O jornal não ameaçou ninguém”, disse Terra. 

Segundo Eduardo Mustafa, jornalista responsável pelo AGORA NA REGIÃO, não será um boletim de ocorrência que intimidará o jornal de fazer um jornalismo sério e independente. “É histórico de regimes antidemocráticos intimidar a imprensa. No fato em si, todo o espaço para a manifestação contrária do atual prefeito ficou disponível antes, durante e após a publicação da matéria, o que não o fez até o momento. Por se tratar de duas personalidades públicas envolvidas, a relevância jornalística voltada ao interesse público, no caso em tela, foi cumprida. E assim seguiremos”, finaliza Eduardo Mustafa.


                       
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