Do futsal à educação física: a marcante trajetória que moldou a vida de Thiago Zambon

Do futsal à educação física: a marcante trajetória que moldou a vida de Thiago Zambon

Foto: Arquivo Pessoal

No cenário do futsal, Thiago Barbosa Zambon forjou seu caminho com passagens notáveis e conquistas que transcenderam o esporte, guiando-o em direção à Educação Física. Hoje, ele se destaca como um empresário renomado no ramo de treinamento funcional e personal training, e Mirandópolis, cidade que o viu crescer, serve como alicerce emocional para impulsionar sua trajetória única. Ele compartilhou ao jornal os detalhes de sua jornada, desde os primeiros passos no mundo do futsal até a consolidação como empresário de sucesso em Araçatuba.

Como foi sua infância? 

Foi muito boa e saudável. Cresci com meus pais, meu irmão e minha irmã, sou filho do meio de três irmãos. Foi uma infância de classe média que nunca nos faltou nada, mas sempre tive que fazer algumas escolhas. Mas também nunca sobrava nada. E o esporte sempre fez parte da minha vida. Como criança eu sempre tinha um sonho de ser um jogador de futsal, na verdade primeiro no futebol, mas depois me destaquei no futsal. 

E a educação física entra em qual momento na sua vida? 

Na verdade, eu nunca pensei em outro curso. Como sempre fui atleta meu primeiro plano era ser um jogador de futebol. Era um sonho. Cheguei a me destacar em alguns momentos. E como o esporte sempre esteve envolvido na minha vida, a primeira opção foi a educação física. Pensei: vou fazer Educação Física porque é a maneira de estar mais perto do esporte. Eu não queria abrir mão do estudo. 

Thiago com esposa, filhas e pais. Foto: Arquivo Pessoal

Você concluiu sua faculdade em Araçatuba?

Em 2000, eu e o Xuxa Zancheta viemos para Araçatuba e fizemos um treino com o Corinthians Futsal, que era referência e ficamos de voltar em janeiro de 2001. Estávamos treinando e focado e, então, dois senhores vieram falaram comigo para jogar na AEA, de Araçatuba. Em janeiro fui para a AEA porque havia incerteza se o Corinthians Futsal iria existir. Depois a prefeitura disse que iria manter o futsal e eu voltei. Mas eu voltei com as condições de ter a bolsa de estudo na faculdade. Joguei paulista, jogos regionais e jogos abertos. Em janeiro de 2004, estava em meu último ano de faculdade e recebi uma proposta para jogar em Santa Fe do Sul. Mas por estar no último ano e eu iria chegar para ser a terceira opção. Daí disse não, e resolvi ficar. Naquele momento eu abri mão da carreira do futsal e segui focado na Educação Física. 

No Corinthians Futsal jogou até quando? 

Joguei até terminar minha faculdade, em 2005. Nesse período, no segundo ano de faculdade, fiz estágio no Sesi Clube até o fim. Terminei o vínculo com o Sesi e me desligo do futsal. Daí em diante fui viver por conta. Morava numa república. Nesse momento trabalhava em três academias, manhã, tarde e noite, para ganhar R$ 700 por mês. Em 2005, o Sesi abre um projeto chamado Explode Verão e foi um contrato para três meses apenas. Mas eu teria que abrir mão da academia à noite. E por questões financeiras optei em ficar no Sesi. Guardei uma grana e começo como instrutor e transformo em personal. Em 2007, o Colégio Toledo foi inaugurado e participei do processo seletivo e fui contratado para ser professor de Educação Física. Mas em 2008 minha avó faleceu, eu estava em Mirandópolis, e me ligaram para dizer que tinha uma oportunidade no Sesi Clube, mas a inscrição era no mesmo dia do velório. Fiz a inscrição em casa. Depois acabei sendo contratado. Fiquei no personal, colégio Toledo e Sesi por uns três ou quatro anos. Dei aula de 2008 a dezembro de 2011. A rotina era personal, colégio, Sesi e faculdade. Em dezembro de 2011 para 2012 o MEC passou a exigir das faculdades o título de mestrado. Então, a Toledo tomou a decisão de desligar todos os professores sem mestrado. E eu recebi a proposta da reitora na época para eu fazer o mestrado porque a porta estaria aberta. Mas eu estava com uma vida corrida. 

E como desenrolou na sequência?

Casei em 2010 em meio a todo esse processo. Junto com minha esposa fiz mestrado em Piracicaba. E o Sesi me autorizou a fazer. Toda quinta-feira estava em Piracicaba. Depois de concluir em dezembro de 2014 eu fui para a Toledo falar com a reitora, quando fui contratado em janeiro de 2015. Personal era bem esporádico. O foco maior era as aulas de Educação Física do colégio Toledo, o Sesi e a faculdade. Em 2017, o Bruno Toledo me chamou para uma reunião porque queria modernizar o colégio e me fez o convite para assumir a coordenação geral do colégio. Em julho de 2017 sai do Sesi e fiquei 100% focado no colégio Toledo e à noite focado na faculdade. Segui assim até 2020. Em 2019 a Toledo foi vendida e mudou muita coisa. Em meio a esse processo minha mulher passa em um concurso em 2018. Minhas filhas também sentiram toda essa mudança, com essa vida corrida. E eu conversando com Deus tive uma mensagem de voltar para minha essência, que era cuidar das pessoas como personal. No primeiro momento, voltei de forma tradicional e entender novamente o mercado. Liguei para o Juba, um grande amigo meu que trabalhava nessa área. Fui para Santa Fé do Sul ficar alguns dias analisando o trabalho dele. Montei um estúdio de uma sala com 50 metros quadrados em um modelo funcional. Caminhando com o Juba ele me convida para ser sócio na formação de cursos presenciais. Em 2023, eu entendo que era a hora de ter algo mais autoral e surge o CT Zambon, inaugurado em novembro, em Araçatuba. 

Qual a importância da religião na sua vida?

Sempre fui um cara que busquei Deus. Fui nascido no catolicismo, frequentava igreja. Mas eu sentia que não estava me preenchendo totalmente e queria mais.  Em 2008, fui para a Igreja Evangélica, me converto ao evangelho. Hoje, procuro viver o que a Bíblia pede. Hoje, não consigo conduzir meu casamento, minha vida, sem essa parte da espiritualidade que é a obra de Deus. 

O que Mirandópolis representa para você?

Ela é minha base, minha origem. Se hoje conquistei algo na minha vida e na minha carreira, foi Mirandópolis que me ofereceu. Luizinho Pedrozo, Calada, Rizzo… Foram pessoas importantes na minha vida. A minha relação com a cidade é um carinho enorme. Hoje vou menos o que gostaria, mas a cidade tem uma importância na minha vida. De memória marcantes, lembro do meu primeiro torneio que joguei, no Hélio Faria, é uma das recordações mais lindas. Lembro da Ritmos, do cachorro-quente na frente, saímos da missa e íamos comer o cachorro-quente da Madalena e depois íamos para a Ritmos. 


                       
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