Trajetória no esporte e desafio pessoal: Ricardo Antunes fala sobre suas experiências e o tratamento da filha

Trajetória no esporte e desafio pessoal: Ricardo Antunes fala sobre suas experiências e o tratamento da filha

Foto: Vinicius Macedo

O atual técnico do MEC Futsal, Ricardo Antunes, de 37 anos, enfrenta atualmente um desafio que transcende qualquer competição esportiva. O profissional de Educação Física está dedicado ao tratamento de sua filha, Antonella, de apenas seis anos, que foi diagnosticada com leucemia linfoide aguda no final do ano passado. Em uma entrevista concedida ao jornal, Ricardo compartilhou os detalhes do diagnóstico e os desafios enfrentados por sua família nesse difícil momento. Além disso, ele falou também sobre sua trajetória esportiva na cidade.

Ricardo acumula um impressionante histórico, com cinco títulos municipais no futebol, e destacando-se com dois vice-campeonatos de renome no futsal, como a Copa TV TEM e a Copa Paulista. Sua contribuição vai além das quadras, incluindo a criação de um projeto voluntário de basquete destinado à comunidade. Confira na entrevista a força e resiliência demonstradas por ele diante dos desafios pessoais.

Nasceu em Mirandópolis? 

Sim, nasci e estudei aqui. O ensino fundamental foi no SESI, e o ensino médio, na Noêmia Dias Perotti. Tenho um irmão, Jeferson, por parte de pai. Após concluir o ensino médio, passei um ano pensando sobre qual curso escolher, mas, devido ao meu envolvimento constante com o esporte, optei por Educação Física, em Andradina.

Quais modalidades você praticava? 

Desde a infância, praticava futebol, futsal, natação… Participava de todos os projetos esportivos da Prefeitura. Geralmente, eram futebol e futsal. Natação, fazia em Lavínia, onde meu pai trabalhava. Minha ênfase sempre foi futebol e futsal. Participei de vários regionais, começando aos 14 anos, em mais de oito edições. No futsal, em 2012, como goleiro, jogava ao lado de Willian. Em 2001, era com Diego Morena. No campo, jogava com Grampola e Diego. Convivi bastante com Zambon e Danilo durante o campeonato da extinta TV Progresso, treinando com jogadores de 21 anos quando ainda tinha 15 anos. Tive uma grande experiência com todos, incluindo Vanuza, Mão, Rubinho, que me ensinaram de diversas formas.

Quais feitos considera mais importantes no esporte?

Destaco o vice-campeonato da Copa TV TEM de Futsal em 2011. Todos os atletas eram da cidade, e para nós, foi como um título, competindo contra Neves Paulista, que tinha um time totalmente formado por atletas de fora. Também fomos vice-campeões paulistas de futsal na série bronze.

Quando se formou? 

Me formei em Educação Física, licenciatura em 2011 e bacharel em 2013. A grade mudou; antes, ao se formar, podíamos trabalhar tanto em licenciatura quanto no bacharelado. Entrei nesse modelo, deveria ter me formado em 2008, mas parei no último semestre. Retornei em 2010 e concluí o bacharelado três anos depois.

Em quais escolas atuou como professor?

Em 2013, passei em um concurso estadual, assumindo em 2014. Aprovado também em concursos em Andradina, Guaraçaí e Mirandópolis. Passei no processo do SESI, onde fiquei por um ano. Ingressei na escola Dr. Edgar, ficando quase três anos, e depois fui para a Noêmia de 2017 a 2020. Posteriormente, fui para a escola Padre Cesare Toppino, em Lavínia, onde estou até hoje.

Como surgiu a iniciativa do projeto de basquete?

Comecei na escola Dr. Edgar Raimundo da Costa em 2015, com um time escolar. Acredito que o aluno que gosta de esportes deve vivenciar várias modalidades. No Edgar, cerca de 10 alunos gostavam de basquete, então propus inscrevê-los em competições estaduais. Formamos o time The Doctors, participando de várias competições em várias modalidades. O interesse de outros alunos aumentou. No Noêmia, aproveitando o programa Escola da Família aos finais de semana, expandi o projeto voluntário para atingir toda a comunidade, chegando a 130 alunos.

Quando surgiu a ideia da Fusion? 

Após passar em um concurso em 2013, trabalhando como personal no CAM, alguns alunos pediram treinos diferenciados para cardio. Pesquisando, descobri o crossfit e fiz um curso em Bauru para me aprimorar. Decidi seguir nesse ramo. A Fusion era inicialmente multidisciplinar, com vários especialistas do ramo da saúde como psicólogo, nutricionista e médica, mas depois foquei em treinamentos funcionais e crossfit. Paralisei em novembro de 2023 devido ao tratamento de saúde da Antonella.

Como descobriram a doença da Antonella?

Foi em outubro de 2023. Ela começou a reclamar de algumas dores musculares. Como ela era uma criança muito ativa em várias atividades e tinha caído da rede em um sítio do meu pai, achávamos que poderia ser algo relacionado a isso. Levamos ao pediatra, que na opinião dele poderia ter sido algo pós-Covid (que ela teve), dengue ou miosite, que é uma inflamação dos músculos. Mas nós achamos estranho porque a dor migrava de lugar. Era lombar, depois foi para coxa, depois panturrilha e mudava de lugar em questão de minutos. Os exames que ele pediu nada foi detectado. Em uma semana ela melhorou. Porém, duas semanas depois a dor voltou e mais forte. Novos exames foram feitos. E o tempo estava passando e nada foi diagnosticado. Passou uma, duas, três semanas… Chegou em um momento que a dor ficou muito intensa. O médico daqui encaminhou para a Araçatuba. Nós fizemos todo tipo de exame como tomografia, raio-X e nada de descobrir. O médico ainda aqui suspeitou que poderia ser uma trombose. Mas para nós não batia. Lá em Araçatuba, a médica descartou trombose. Fez ultrassom com contraste. Ela ficou internada por cinco dias na Santa Casa e ninguém descobriu o que era. Isso já era entre novembro e dezembro. O médico, então, chegou à conclusão que seria uma mielite transversa. Passou medicamento e deu alta. Voltamos para a cidade e ela tomou o remédio por 15 dias. Quando acabou o remédio, a dor voltou. Nós, então, passamos a pesquisar por outros especialistas como hematologista e infectologista. Novos exames de sangue foram feitos. Em dezembro, teríamos que retornar ao hematologista e o Dr. Maurício nos encaminhou para a Dra. Cibele, especialista em hematologia pediátrica. Mas ela não tinha vaga e fomos no Dr. Gabriel, amigo dela. Ele já descartou a tese dos médicos anteriores. Ele pediu novos exames. No outro dia, quando ele viu o resultado, pediu que levássemos a Antonella o mais rápido possível para lá, porque já estava desconfiado que fosse leucemia. Como já estávamos em Araçatuba, conseguimos levar ela na Santa Casa. Fizemos novos exames, entre eles o mielograma, que é preciso quanto a isso. Aí ocorreu o diagnóstico clínico da médica. Ainda assim, ela pediu outros exames para confirmação e se era do tipo leve, médio ou grave. Depois de cinco dias saiu o resultado de ser a leucemia linfoide aguda (média). Nós já iniciamos o tratamento em Araçatuba mesmo. Fomos aconselhados a continuar o tratamento com essa médica por vários profissionais. 

Precisou paralisar a academia?

Sim. Não tinha nem cabeça para continuar. Passa todo um filme na cabeça, né? A Antonella subia nas cordas de crossfit com cinco anos. Era uma menina totalmente ativa. E hoje temos que carrega-la no colo para tudo… É difícil de ver isso. Como eu já tinha o projeto na academia da caminhada funcional que envolviam outros movimentos, pensei em criar as planilhas de treino para atender todos os gostos, de quem gosta de caminhar ou de treinar. Diante disso, antecipei o lançamento do projeto Walk Fit, que estava previsto para fevereiro. Isso vai nos ajudar neste momento com as despesas de viagens, medicamentos e alimentação. A academia era uma renda extra para nós. Então, quem quiser adquirir as planilhas são 60 treinos de caminhada funcional e 60 treinos funcionais em formato padrão ao valor de R$ 100. 

SERVIÇO 

  • Doações via PIX: (18) 99146-9213 (Ricardo Antunes de Oliveira de Souza — Banco Inter) 

                       
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