‘São mais de 70 anos na Segunda Aliança, hoje cultivo a história local colecionando ferramentas e utensílios’, conta Morio Tanaka

‘São mais de 70 anos na Segunda Aliança, hoje cultivo a história local colecionando ferramentas e utensílios’, conta Morio Tanaka

Foto: Vinicius Macedo

Conversamos com Morio Tanaka, que nasceu em 1951, no bairro da Segunda Aliança. Produtor de acerola e limão, o agricultor que possui diversas graduações acadêmicas foi professor por mais de 30 anos. Casado com Atuko, com quem tem três filhos, Morio tem uma grande coleção de ferramentas e maquinários com objetivo de cultivar a história local. Confira na sequência a entrevista completa.

Onde nasceu e cresceu?

Nasci na Segunda Aliança, cresci com meus pais, que trabalhavam com roça, e quatro irmãos. Meu pai nasceu no Japão, com uma história incrível, já a minha mãe nasceu no Brasil. Foi uma infância tranquila, iniciei os estudos aqui na Segunda Aliança, depois no ginásio e colegial fui estudar em Mirandópolis. Naquele tempo íamos de pau de arara (caminhões adaptados para o transporte de passageiros) para a escola, era um tempo sofrido para estudar.

O que fez quando terminou o colegial?

Depois fiquei um tempo trabalhando na roça, com milho, mas queria fazer alguma faculdade. Com isso fui fazer o curso de economia, em São Paulo, na Faculdade Mackenzie. Infelizmente fiquei apenas um ano porque meu pai ficou doente. Dai voltei para ficar trabalhando na roça, até que depois de um tempo decidi ir fazer economia em Andradina, mas o nível era muito baixo, com isso decidi mudar para o curso de Matemática.

Sempre gostou de estudar?

Sim, tanto que depois da primeira graduação tiveram outras (risos).

Quais outras formações acadêmicas?

Me formei em pedagogia, com ênfase em administração. Na sequência me especializei em pedagogia com ênfase em Orientação e Supervisão, em Pereira Barreto. E não parou por aí, fiz Biologia, em Adamantina, Química e Física, em Presidente Prudente. Fechei toda área de ciências: matemática, física, química e biologia (risos).

O Senhor foi professor?

Estava falando sobre as minhas graduações, mas vale explicar que nesse período que estava estudando, eu já era professor. Comecei a dar aula em 1980, profissão que exerci até 2012.

Como foi lecionar por mais de 30 anos?

Antigamente, dos 40 alunos que tínhamos na sala de aula, no máximo cinco não era da colônia japonesa. Depois dos anos 1990, o pessoal da colônia foi diminuindo, por vários motivos. Então trabalhei com todos os públicos, mas gostava demais de ensinar os meninos da colônia.

Quando você casou?

Casei em 1980, com a Atuko, temos três filhos, sendo que uma filha mora em São Paulo e outros dois em Mirandópolis. 

O Senhor sempre gostou de colecionar antiguidades?

Acho importante cultivar a história para mostrar para as pessoas como eram as coisas antigamente. Com isso consigo mostrar um pouco como meus pais trabalhavam na roça nos anos 1940 e 1950, por exemplo. Assim como eu trabalhei na roça nos anos 1970. Então sempre procurei juntar essas ferramentas e maquinários antigos, pois é a prova da evolução histórica. A Primeira Aliança já vai fazer 100 anos, então procuro manter essa tradição de alguma forma.

Hoje o que cultiva em seu sítio?

Planto acerola e limão! De novembro até março temos colheita de acerola. De abril até outubro a colheita de limão. Acerola comercializo na Primeira Aliança, procuro entregar lá para ajudar os pequenos produtores da cooperativa. Já o limão quase tudo vai para Mirandópolis, na associação.


                       
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