‘A academia é o que me rege, são 25 anos de história em Mirandópolis com muita luta’, diz Néia Serhan
Foto: Eduardo Mustafa
Conversamos com Sudnéia Franco Serhan, que nasceu em Mirandópolis no ano de 1962. Néia, como é popularmente conhecida, trabalhou na Moreira, Bradesco e Alcomira, mas seu nome está totalmente relacionado a Academia Ativa, já que se passaram 25 anos de luta e superação em Mirandópolis. Confira na sequência a entrevista completa.
Onde nasceu e cresceu?
Nasci em Mirandópolis em 1962, o meu pai cuidava da fazendo do meu avô, o Júlio Franco. Estudei até a quarta série na zona rural mesmo, na fazenda, só depois que vim morar com a minha avó na cidade. Vale ressaltar que a minha graduação em educação física veio depois, quando já estava iniciando com a academia, no inicio dos anos 2000.
Quando casou?
Comecei a namorar o Fauez Serhan (In Memoriam) em 1981, sendo que casamos em 1985. Dessa união nasceram dois filhos: Faissal, que é educador físico, e Farah, médico que reside em São Paulo.
Começou a trabalhar com quantos anos?
Comecei com 17 anos na Moreira, lembro que fiz um teste com o Durvalino e passei. Inicialmente era para trabalhar no caixa, mas apareceu uma oportunidade na parte contábil e com isso iniciei no escritório. Fiquei um ano e meio, até que passei em um teste no Bradesco, onde trabalhei por cinco anos, sendo aqui e também em Três Lagoas. Depois ainda trabalhei na usina Alcomira, antes da montar a academia, em 1999.
Como surgiu a academia?
Tudo começou porque a Adriana Godoi tinha uma academia e estava vendendo. Daí uma amiga, a Toninha, me incentivou a comprar em sociedade. Com isso iniciamos esse sonho em 1999, lá no Sampaio. Nesse inicio eu já queria colocar ballet, com isso fui em Araçatuba falar com o professor Marcelo Correa, dai logo de cara ele aceitou vir dar aula. Lembro que a primeira turma, em março de 1999, foi com Gabriela, Juliana, Estela e Natalia. Daí nesse mesmo ano já fizemos o primeiro festival de dança, que depois repetimos por diversos anos, só parando na pandemia.
E quando mudaram para esse prédio?
Um dia eu estava tomando café com o Fauez aqui na padaria do Tião, que é em frente, e comentei que meu sonho era montar a academia nesse terreno que já estava olhando há um tempo, tanto pela localidade como pelo tamanho. Ficamos atrás do proprietário várias semanas, até que um dia o encontramos, ele morava na Aliança e estava passando bem em frente ao escritório do Fauez. Chamamos e perguntamos se queria vender, ele surpreendentemente disse que venderia. Mas o problema é que não tínhamos dinheiro (risos), com isso o Fauez propôs colocar de entrada no negócio uma saveiro que a gente tinha, que valia R$ 8 mil, e o restante, que seria R$ 6 mil, pedimos para ele dividir em seis vezes. Recordo que suamos para conseguir pagar, mas deu tudo certo.
Demorou para construir?
O Fauez fez o projeto, inicialmente o escritório dele seria junto, mas depois decidimos deixar só a academia. Não foi fácil construir, juntamos a economia, e também vendemos um terreno e a camionete, para conseguir construir o nosso sonho. Eu inaugurei no dia 31 de janeiro de 2005, já são 19 anos só nesse prédio, de academia são 25 anos.
Olhando a trajetória, valeu a pena?
A academia é o que me rege, me emociono lembrar de todas as batalhas que passamos para construir esse nosso sonho. Tem dia que dá vontade desistir, pois a cultura local ainda impede de investirmos ainda mais na academia, mas por outro lado é aqui que transformamos diversas vidas. Sei que valeu a pena porque quando encontro as ex-alunos, que hoje muitas são mães, ainda recordam das aulas com carinho. Além do que temos ex-alunos mundo afora, como morando no Japão e até na Australia (risos).
Hoje, o que oferecem na academia?
Além da musculação, temos ballet, natação (de bebe até adulto), hidroginástica e caratê.
Quer deixar uma mensagem?
Quero agradecer quem acredita em nosso trabalho, que faz tudo isso valer a pena. Sempre fiz com muito amor e dedicação, sempre feliz para dar o melhor para os alunos e pais. Por isso, muito obrigado!