Jorginho Maluly lança pré-candidatura a prefeito em Mirandópolis e diz que está aberto ao diálogo

Jorginho Maluly lança pré-candidatura a prefeito em Mirandópolis e diz que está aberto ao diálogo

Foto: Vinicius Macedo

O ex-prefeito de Mirandópolis, Jorge de Faria Maluly (PP), lançou sua pré-candidatura ao cargo do Executivo para as eleições municipais deste ano. Depois de governar a cidade entre 1997 e 2004, Jorginho volta ao cenário político local. 

Foi vereador em Mirandópolis entre 1989 e 1992 e também foi deputado federal entre 2007 e 2011. Em entrevista ao jornal AGORA NA REGIÃO, Jorginho não descarta conversar com outros partidos políticos, diz que seu vice ainda não está definido e que volta ao cenário político local devido ao “chamado de boa parte da população”. 

Veja a entrevista completa, ocorrida na sede da rádio Massa FM.  

Atualmente, o sr. reside em Guaraçaí?

Eu nunca deixei Mirandópolis, mas agora com esse projeto eu tenho um apartamento aqui alugado. Tenho minha propriedade em Guaraçaí e agora tenho em Mirandópolis também. 

⁠Qual foi o motivo que o levou a retornar ao cenário político local?

Eu nunca deixei Mirandópolis. Estou sempre aqui. Tenho minha conta no Banco do Brasil desde 1984. Eu gosto de jogar truco, ando pelos bares, vou no Banco, vou no escritório e há muito tempo eu ouço o clamor das pessoas dizendo: ‘pelo amor de Deus, volte a ser o nosso prefeito’. Então, estou atendendo um chamado de muita gente. Entendo que Mirandópolis tem passado momentos difíceis e precisa muito da minha experiência e dos meus conhecimentos que adquiri na vida pública como prefeito, deputado federal, presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas e representante de um conselho de 100 municípios voltado aos recursos hídricos. E, modéstia à parte, eu me dou bem com todos os partidos. Mirandópolis precisa de recursos, precisa de verbas, e é preciso ter esse bom relacionamento com o governo do Estado.

Acredita que a política tenha mudado nesses 20 anos? 

A sociedade mudou. O mundo mudou, mas algumas coisas não mudam como o caráter, a vontade de trabalhar, a experiência. Hoje, temos as redes sociais que no meu tempo não tinha. Eu entendo, principalmente o prefeito, não pode perder o contato físico com as pessoas. Temos que ter as mídias sociais, sou aberto a elas. No meu tempo, eu fazia um programa ao vivo na rádio, onde ouvia as críticas das pessoas. Temos que acompanhar e se cercar de pessoas competentes, temos que ter vontade política, de trabalhar, inteligência, gestão, determinação e objetivo. 

⁠Na sua opinião, quais são os principais problemas enfrentados pela cidade e como resolvê-los? 

Mirandópolis tem que melhorar na Educação. Não é possível que a escola Ebe Aurora esteja acabando. Aquilo que deixaram acontecer foi um crime. Ali será uma obra de milhões de reais e acredito que Mirandópolis não tenha esse dinheiro. Temos que fazer parcerias com o governo federal, estadual, com os deputados. Quando fui prefeito, construí nove postos de saúde. Tive que municipalizar a nossa saúde. Temos também a questão do Fórum. Ele não pode ficar fechado. Se não for para ser um Fórum, que seja uma escola, mas não pode ficar parado como um elefante branco. Temos que melhorar o Hospital Estadual. Nós temos presídios na região que toda a demanda acaba ali e cria um conflito entre o paciente comum e o sentenciado. Precisa ter um investimento. Estive lá visitando. Temos que aprimorar e trabalhar. Claro, os tempos são outros, mas algumas coisas não mudam. Estou aberto a todos as correntes. Quem ganhar, tem que estar aberto a receber ajuda de todos os lados. Farei uma campanha limpa e leal, espero que os outros também façam. Temos que ter compromisso em todas as áreas e fazer gestão. 

⁠Hoje, o sr. está filiado ao PP, juntamente com um outro ex-prefeito, o Chicão Momesso. Como foi a conversa entre vocês para decidir quem seria o pré-candidato? 

Eu estou aqui porque fui chamado tanto pelas ruas quanto pelos partidos. Recebi na época dois grupos políticos e me pediram para ser o candidato. Conversei com minha família, porque é uma decisão de vida, e a cidade vai exigir muito de mim, e eu aceitei o convite. Sobre o Chicão, sou padrinho de casamento dele e padrinho político. Quando ele foi vice-prefeito junto com o Zé Antônio, foi a gente que deu aval. Nas minhas campanhas ele andava comigo. É uma relação muito tranquila e respeitosa. No partido tem bons nomes, e ele é um dos que podem compor a chapa. Porém, quero deixar bem claro que não há definição de vice-prefeito, não tenho nenhum compromisso, até porque a política é a arte do diálogo, da soma. Até julho, vamos conversar com várias correntes, estamos abertos ao diálogo. 

Então, o sr. avalia compor grupo com outros partidos?

Perfeitamente. Eu recebi visitas inclusive do PT, com uma possibilidade de diálogo para o bem de Mirandópolis. O que precisa deixar claro é que o que está em jogo não é Jorginho, Chicão, o atual prefeito, o Grampola, o Lucas… é a cidade. Temos que ter compromisso com a cidade. Não são os nomes, e sim a cidade. E outra coisa: não tenho promessa de cargo a ninguém. Eu estou conversando com projetos e ideias. É claro que quem ajuda ganhar, ajuda a governar, mas estou pensando na cidade, esse é meu compromisso. 

⁠Como o sr. avalia a atual administração do Mirão? 

Toda briga é ruim. Eu sempre lutei por novas lideranças, isso é importante. Quando fui prefeito, tive a oportunidade a ser candidato a deputado e não quis. Meu pai era prefeito de Araçatuba e teria grandes chances de me eleger. Respeito a decisão do ex-prefeito Sodario. Mas esse desenvolvimento político não foi bom para a cidade. A briga com o governador do Estado não foi boa para Mirandópolis. Não sou crítico a ninguém. O que eu escuto nas ruas é que não é uma boa gestão, é o povo que fala. Tenho uma relação muito respeitosa com ele (Mirão), até porque ele entrou na prefeitura na minha gestão.

⁠O que a população pode esperar do Jorginho em uma eventual vitória?

Muito trabalho, dedicação, amor e realizações. Não tenho medo de desafios. Para enfrenta-los, vou precisar de todos, das lideranças, dos vereadores, da imprensa. Vamos ter muito diálogo. E se não ganhar, vou desejar boa sorte ao novo prefeito. O Jorginho é o de sempre. Estou mais experiente, e essa experiência me ajudou muito a abrir portas. A razão de ser prefeito é melhorar a qualidade de vida das pessoas. 


                       
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