Série de entrevistas: APAE atende mais de 100 usuários e conta com sala multissensorial para estimular desenvolvimento
O jornal AGORA NA REGIÃO começa a partir desta edição uma série de entrevistas com as entidades beneficentes, filantrópicas ou ONGs que prestam diversos serviços no município de Mirandópolis. O intuito é mostrar como funciona o dia a dia de cada uma delas. Quais são as maiores dificuldades, quais os desafios dos próximos meses, como se mantém financeiramente e o que oferecem para atender centenas de crianças, adultos e animais. São entidades que prestam diversos serviços voltados para as áreas de saúde, educação, social, causa animal, entre outras. E em todas as entrevistas com os responsáveis que estão à frente delas, o jornal deixará um espaço para que cada uma indique como pode receber doações ou qualquer outro tipo de ajuda. A primeira entidade a abrir esse espaço é a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Mirandópolis. A entrevistada é a diretora Renata Oliveira de Paula Araújo.
Quais as atividades desenvolvidas hoje pela APAE? Recentemente teve uma inauguração de um novo espaço.
Isso. O Espaço Multissensorial foi inaugurado em novembro do ano passado e vem de uma parceria junto com o Rotary Internacional. Começou com o Márcio e a Cláudia, integrantes do Rotary de Mirandópolis. E o Márcio viu a disponibilidade de um recurso do Rotary Internacional que era de R$ 150 mil. Ele me perguntou se eu abraçava a causa. Respondi que sim e o que precisasse de mim, ou de todos nós, iríamos correr atrás. Ele fez o cadastro e nós fizemos o plano de trabalho. Ele conversou com rotarianos indianos e norte-americanos. Aqui do Brasil também com Rotary’s de Jundiaí, Mogi Guaçu e Mogi Mirim, que entraram com esse recurso. A gente já tinha essa sala montada, o projeto dessa sala, que era um desejo nosso há muito tempo.
Começamos então a fazer pesquisa de preço. A empresa Spider, que é de Mogi Mirim, venceu com o menor preço. A empresa possuía todo o equipamento que a gente precisava para montar a sala. O espaço que tínhamos para a sala era onde funcionava uma marcenaria, estava cheia de maquinário pesado, entulho, madeira… A gente limpou tudo, e com recurso próprio a gente reformou o local com pintura, forro, piso e as novas instalações elétricas.
Quando o pessoal da Spider veio instalar tivemos uma grata coincidência e uma felicidade enorme: eles eram rotarianos também. E eles iriam cobrar pela instalação, de todo equipamento, o que seriam dois dias de trabalho. Quando falei que era um projeto do Rotary, eles gentilmente doaram a mão de obra. Não cobraram nada da APAE.
Junto com esse projeto tem uma lousa digital interativa acompanhada de um notebook e um retroprojetor. As crianças adoram. É como se fosse um celular gigante com atividades pedagógicas. Também tem o mouse e o teclado digital que são utilizados para pessoa com deficiência motora grave. E também possui parte de placas de energia fotovoltaica, que instalamos em toda a APAE com parte do recurso do Rotary e outra parte por meio de emenda parlamentar para suprir toda a necessidade de energia elétrica. Principalmente para os bebês, essa sala é extremamente importante para a estimulação.
E quais outras atividades disponíveis para os usuários?
A APAE é dividida em três áreas: saúde, assistência social e educação. Na área da educação nós temos os professores habilitados em deficiência intelectual e autismo. Temos a professora de educação física, professora de artes e uma coordenadora pedagógica. Já na área da saúde nós temos fonoaudióloga, duas fisioterapeutas e uma psicóloga. Temos a atividade de equoterapia e também a hidroterapia, que graças ao projeto de energia fotovoltaica conseguimos fazer o aquecimento da piscina. Fechamos a piscina e cobrimos ela.
E na área social, a gente tem a psicóloga e a assistente social, que faz todo o trabalho de visita, de orientação, de grupos, de fortalecimento de vínculos, de doação de cestas básicas, quando a gente tem disponível para as famílias mais carentes. Na pandemia, por exemplo, fizemos um trabalho muito forte de orientação com os cuidados de prevenção e doações de materiais de higiene e alimentos. Já na parte administrativa trabalhamos com duas secretárias e uma auxiliar administrativa, além do pessoal que bota a mão na massa mesmo, que são os cuidadores, os motoristas e o caseiro que faz a limpeza e os cuidados de manutenção.
E como está a saúde financeira da APAE?
Hoje, temos um equilíbrio das contas. Conseguimos chegar em um patamar que não temos dívidas. Conseguimos pagar as contas por meio dos convênios que recebemos e suprimimos esse primeiro mês com recurso do leilão. Por exemplo, devido a mudança de diretoria, nesses primeiros 15 dias trabalhamos para atualizar os dados com diversos órgãos. Dessa forma, ficamos com tudo bloqueado porque está em processo de registro. Após isso, encaminhamos toda a documentação para os órgãos que recebemos os convênios e realizamos os pagamentos.
De onde vem os recursos empregados na entidade?
Temos as parcerias e convênios com municípios de Mirandópolis, Lavínia e Pereira Barreto, do Fundeb, da Assistência Social tanto estadual quanto federal, e secretaria estadual de Educação. Depois temos os projetos que são abertos por meio de editais como da Abrinq, Banco do Brasil, Itaú, da Federação das Apaes, além de projetos particulares. Uma família mesmo já está interessada em doar um projeto que estamos planejando, que é a implantação de um Jardim Sensorial. Estamos em fase de orçamento.
Já existe programação de eventos para este ano?
Por enquanto, estamos nos preparando para o tradicional leilão, mas ainda não há data definida, muito por conta da campanha de vacinação da aftosa. Já fizemos outros eventos como do ano passado com a venda de louças e de roupas de cama, mesa e banho. Estamos programando show de prêmios, feijoada, galinhada e o boteco.
Quais as principais necessidades da entidade?
Nós sempre precisamos de mão de obra, mas esbarramos em recurso financeiro. Voluntários sempre precisamos, mas também temos que verificar a qualificação deles, já que trabalhamos de uma forma bem especializada. Em determinados setores precisamos de um profissional habilitado. Por exemplo, todos nossos funcionários possuem curso de primeiros socorros. Os cuidadores têm curso específico. Mas temos espaços voluntários em outras áreas como limpeza, cozinha ou até mesmo quem queira dar aula de canto ou de algum instrumento musical, fazer pintura ou bordado. Mas precisamos de mão de obra especializada principalmente na assistência social.
SERVIÇO / MIRANDÓPOLIS
- Nome: Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE)
- Fundação: 19/08/1975
- Presidente atual: Wagner Antônio
- Atendimento: 110 usuários
- Funcionários: 34 colaboradores
- Endereço: Rua Dr. Junio Luswargui, 948, Jd. Sampaio
- Como doar: 44.440.964/0001-26 (PIX-CNPJ)