Diretora de Meio Ambiente de Mirandópolis responde às críticas do ex-líder da Cooperativa de Reciclagem
Foto: Montagem – Prefeitura de Mirandópolis + AGORA NA REGIÃO
Recentemente, o ex-líder da Cooperativa Global de Reciclagem, Márcio Ferreira Souza, desligou-se da associação alegando falta de diálogo com a Prefeitura de Mirandópolis.
Em entrevista ao jornal AGORA NA REGIÃO na edição 221, com data de 21 de outubro (veja a matéria completa aqui), Márcio fez críticas ao departamento de Meio Ambiente da Prefeitura, afirmando que a Cooperativa enfrentou uma série de exigências documentais e contábeis, além de alegar falta de apoio por parte do Executivo ao projeto.
Em resposta a essas alegações, a diretora do departamento de Meio Ambiente, Lívia Fuentes, forneceu informações sobre a relação entre a Cooperativa e o Município.
Segundo Lívia, a Cooperativa tem enfrentado problemas de regularização junto à Receita Federal desde março de 2019. Ela ressaltou que as solicitações para a regularização do CNPJ foram constantes e direcionadas a Márcio, que se apresentava como representante da cooperativa.
No entanto, segundo ela, Márcio não apresentou documentação comprovando seu vínculo direto com a cooperativa, que permanece inapta perante a Receita Federal.
Lívia destacou que o departamento de Meio Ambiente sempre buscou apoiar a cooperativa, visando auxiliar as famílias que dependem da coleta de recicláveis como fonte de renda.
A diretora ressaltou que a administração pública não age com caráter político, mas sim com o princípio de auxiliar a população.
“A insistência nas solicitações de regularização do CNPJ tinha como objetivo fornecer apoio financeiro à cooperativa, incluindo remuneração, logística e pagamento de custos fixos. No entanto, Márcio não demonstrou interesse em colaborar para melhorar a situação das pessoas que dependem da cooperativa”, disse ela.
CESTAS BÁSICAS E DESCARTE DE RESÍDUOS
Sobre a questão das cestas básicas que não estariam sendo entregues aos cooperados, Lívia esclareceu que o departamento de Meio Ambiente não possui atribuições para realizar essa distribuição, e sugeriu ao jornal que fizesse esse questionamento ao setor competente, mas não mencionou qual.
Quanto ao descarte de resíduos diretamente no solo após a triagem dos materiais recicláveis, constatado pela reportagem no local, Lívia destacou que os resíduos recicláveis são utilizados pelos cooperados no processo de triagem e, posteriormente, são prensados e vendidos.
Ela ressaltou que o termo “lixo” não é apropriado, já que a coleta de recicláveis contribui para o meio ambiente e gera renda para aqueles que dependem desse trabalho.
Segundo ela, os resíduos não recicláveis são descartados de maneira organizada, mas não foi o que a reportagem constatou no local. Segundo os próprios cooperados, toneladas de lixo, inapropriadas para a reutilização ou matéria-prima, não foram recolhidas pela Prefeitura e permanecem em contato com o solo.
NOVO LÍDER
Sobre a nomeação de novos líderes na cooperativa, Lívia afirmou que o processo é realizado pelos membros da própria entidade, em assembleias com registro em cartório, sem influência do Poder Executivo.
Quanto à presença de outros trabalhadores independentes que estariam coletando materiais recicláveis em horários diferentes dos cooperados, Lívia enfatizou que “o direito ao trabalho é um direito constitucional e que a educação ambiental é fundamental para incentivar a população a realizar a triagem em suas casas. A fiscalização é realizada para garantir condições adequadas de armazenamento e proteção ambiental”.
A diretora não comentou sobre à falta de energia elétrica na Cooperativa há duas semanas, relatada pelos colaboradores à reportagem.