Moradores da 2ª Aliança protestam contra o fechamento da escola municipal Tomica Abe em Mirandópolis

Moradores da 2ª Aliança protestam contra o fechamento da escola municipal Tomica Abe em Mirandópolis

Foto: AGORA NA REGIÃO

Moradores do bairro da 2ª Aliança, em Mirandópolis, organizaram um protesto e um abaixo-assinado em resposta ao anúncio do possível fechamento da Escola Municipal Tomica Abe. O documento já conta com mais de 200 assinaturas, e os manifestantes pedem que a Prefeitura reconsidere a decisão de encerrar as atividades da instituição.

O jornal AGORA NA REGIÃO esteve presente no local para conversar com os moradores, que expressaram sua indignação diante da possibilidade de perderem a única escola do bairro. Os manifestantes, munidos de cartazes, exigiram que o direito de manter a escola em funcionamento seja preservado.

Segundo os moradores, ocorreu uma reunião na escola na quinta-feira (30/11), o que gerou mais descontentamento. A presença do prefeito Mirão (PSD), da diretora do departamento Josiane Franco, do vereador Emerson Comandante e de funcionários do setor gerou uma expectativa de diálogo, mas, segundo os moradores, a notícia do fechamento foi recebida sem espaço para a manifestação da comunidade.

Um dos argumentos apresentados durante a reunião para justificar o fechamento foi a baixa quantidade de alunos e o aumento dos custos para manter a escola em operação. No entanto, os moradores questionam essa decisão.

Abaixo-Assinado já conta com mais de 200 assinaturas. Foto: AGORA NA REGIÃO

Maiara da Silva, dona de casa de 26 anos, ex-aluna da escola e tem seu filho de oito anos matriculado no local, expressou sua decepção com a postura do prefeito. “Todo mundo que mora aqui no bairro praticamente já estudou nessa escola. Deixar essa escola fechada e abandonada para quê? A prefeitura já chegou falando de fechar a escola a partir do próximo ano. Não veio ouvir nossa opinião”, disse Maiara, referindo-se à falta de diálogo com os pais. 

Outra moradora, Fernanda Letícia da Silva, de 29 anos e mãe de um aluno de seis anos, destacou as dificuldades que a mudança traria para os pais. “A 2ª Aliança vai acabar, né? Temos uma escola próxima de nós. Se um de nossos filhos passa mal, conseguimos chegar mais rápido. Não é todo mundo que tem carro para poder se deslocar até a 1ª Aliança. Vamos ter que pagar uma viagem? Aqui nós temos acesso. Qual o motivo de fechar? É um direito nossa essa escola”, argumentou Fernanda.

Os pais também expressaram preocupações em relação ao transporte das crianças, apontando que a mudança nos horários dos ônibus afetaria especialmente os alunos que residem em sítios, obrigando-os a acordar mais cedo. Além disso, questionaram a promessa da prefeitura de disponibilizar um carro em casos de emergência, ressaltando a necessidade de um suporte mais consistente.

PREFEITURA FALA EM PARALISAÇÃO

Em nota enviada ao jornal, a diretora do departamento de Educação, Josiane Franco, disse que haverá uma paralisação da unidade e não o fechamento. Segundo ela, a ação se faz necessária devido à redução de alunos, queda no repasse do Salário Educação, prejuízos pedagógicos e receitas e despesas com déficit. 

“Foi tomada a decisão pela paralisação da escola e os alunos e funcionários serão remanejados para a escola do Bairro 1ª Aliança, com oferta de transporte, alimentação, período integral, alunos com atendimento ao ano e idade correspondente e a oferta de aulas de inglês. Essa não é uma ação que gostaríamos de realizar, porém temos que fazer uma gestão pública com responsabilidade e pensar no melhor para todos os nossos alunos, uma educação com igualdade e equidade”, disse. 

Escola Municipal Tomica Abe na 2ª Aliança. Foto: AGORA NA REGIÃO

Conforme Josiane, existe uma redução da demanda de alunos a cada ano letivo, do ano de 2022 para 2023. “Houve uma diminuição de 43 para 25 alunos, um percentual de 44% e do ano de 2023 para 2024 haverá uma redução de mais 24% na demanda do Ensino Fundamental e nos últimos 10 anos, entre o infantil e o fundamental, houve queda de 69% na demanda”, afirma. “[Existem] Prejuízos pedagógicos, atendimento em salas multisseriada, nos tempos atuais com a oferta em uma única escola não podemos ser coniventes em lesar o direito do aluno no ensino e aprendizagem”, complementou a diretora de educação do município. 

Já com relação as receitas e despesas, Josiane disse que a receita vigente é de R$ 169.779,52 – valor FUNDEB, e as despesas no ano de 2023 com funcionários operacionais e professores foi de R$ 424.894,06 sem contar energia, água, transporte e merenda. 

“Em Educação toda despesa sabemos que é investimento, porém, pensamos que o investimento dessa grandeza temos que administrar com responsabilidade, pois as escolas municipais quase todas necessitam de muitas adequações inclusive na EMEF Profa. Tomica Abe”, pontuou. 

Conforme a diretora, no ano de 2024 o Município terá uma perda de 53% no repasse do Salário Educação pelo Governo Federal, essa redução será para todas as cidades de cinco Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.


                       
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