Invencíveis

Invencíveis

Foto: EAE

Em continuidade ao artigo da semana passada (veja aqui), talvez valha ainda uma reflexão, pois nossa vida não é como aqueles filmes ou animações que assistimos já sabendo que o herói vai vencer o vilão: seu desfecho final está em aberto e como diz São Paulo Apóstolo, “quem pensa estar de pé cuide que não caia” (Primeira Carta aos Coríntios, cap. 10, v. 12). A graça de Deus jamais faltará – é uma garantia –, mas nosso pecado nos afasta dela.

Ora, se a graça não falta a quem busca sempre a comunhão com Deus – a qual, inclusive, só é possível também por graça, jamais somente pelo esforço humano –, nesse sentido podemos dizer que já somos vitoriosos. É ainda São Paulo quem nos ensina, agora na Carta aos Romanos (cap. 8, vv. 36-37): “Realmente, está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia inteiro; somos tratados como gado destinado ao matadouro (Sl 43,23). Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou”.

A vida dos santos revela que aquilo que aos olhos do mundo é derrota ou fracasso pode transformar-se em caminho de santidade, salvação e reparação, de modo que o cristão em verdadeira comunhão com o Senhor preocupa-se menos em saber se o que lhe acomete é bom ou ruim e mais em permanecer em estado de graça – e portanto fortalecido para resistir aos abalos e à espera de que os males se revertam em bem. Pois em estado de pecado comumente vem a dúvida que tira a paz – “Deus esqueceu-se de mim?”, “Estou sendo punido pelos erros cometidos?” –, mas em comunhão com Deus, os horizontes se abrem: podemos oferecer as tribulações em reparação dos pecados, unir os sofrimentos aos de Cristo, pedir forças para suportá-la ao invés de fugir da cruz.

Aconteça o que acontecer, se estivermos em autêntica comunhão com Nosso Senhor, aquietemos o coração na segurança de um dos trechos mais belos da Sagrada Escritura, continuação da passagem anterior da Carta aos Romanos, em que São Paulo sentencia: “Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor” (vv. 38-39).

Que esse amor imenso e insondável afaste qualquer medo e nos conduza adiante, inabaláveis na fé, rumo à vitória final!


                       
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